100 palavras
Quando passo por uma casa em ruínas, fico sem palavras. E imagino a casa inteira, bonita, com gente a habitá-la e a embelezá-la como um ser que se ama. As casas em ruínas deixam de ser agasalho e recolhimento, ainda que possam continuar abrigo. Numa primeira fase, cobrem-se de pó e depois o que parecia firme torna-se frágil, esboroado e volátil. Se há jardim, só as flores mais resistentes não desaparecem como quem as semeou, regou ou apenas por elas passou.
As pessoas não deviam deixar cair as casas em ruínas. Mesmo que o céu se afigure mais fácil.
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