28 outubro 2011
Querido diário,
Hoje foi uma tarde de ruído que nem te conto. A escola está em obras e a barulheira é imensa, mas como hoje é que não não é nada habitual. O que vale é que estava sol. Uma máquina furadora esteve a funcionar toda a tarde. Parecia que tinha pilhas duracel. Que horror! (vês, eu agora evito dizer fogo muitas vezes). Uma setora até disse assim: Meninos, leiam mais alto, porque temos um forte concorrente.
Eu gosto que os profs tenham boa disposição, mas nós às vezes não podemos dizer certas coisas. Eu já aprendi que temos de saber que estamos numa sala de aula e que não podemos falar para os setores como falamos com os nossos colegas, mas às vezes apetecia-me dizer certas coisas e não digo. Parece que tenho uma voz cá dentro que me diz para eu não dizer. Mas rio-me quando ouço piadas dos meus colegas, mas os setores ficam desconfiados e vê-se logo que não gostam. Eu, se calhar, gostava de saber e até me ria também.
Às vezes os setores chegam com ar de quem vem chateado. Se calhar o barulho também os incomoda. Eu até compreendo que deve ser difícil aturar tanta gente ao mesmo tempo e com tanto barulho cá fora.
E depois as salas são tão distantes da entrada. Muitos professores até andam com pastas de rodinhas. Deve ser fixe, porque assim pensam que vão viajar.
Este fim de semana tenho muita coisa para estudar e o tempo vai ser pouquinho. Se não te escrever, não estranhes. É porque não posso, mas nunca me esqueço de ti.
Um xi-coração muito apertadinho
Mariana
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