10 de outubro
Querido diário,
Hoje, ao entrar para a primeira aula, disse à Bea: Vou ver o que se passa de engraçado para depois contar no meu diário. A Bea, que nunca manda dizer nada por ninguém, disse logo assim: ó Mariana, está mas é com atenção para teres boas notas. E eu respondi: mas o que tem a ver uma coisa com a outra? Fogo. Levas tudo a sério.
E por acaso passou-se uma coisa engraçada na aula, mas a setora é que não lhe achou piada nenhuma. O Micael estava sempre a virar-se para trás e a fazer comentários. A prof avisou-o várias vezes até que ficou séria e disse-lhe assim: Micael, sai imediatamente e faz uma cópia do texto. Quando terminares, podes voltar. Depois que ele saiu, a prof olhava de vez em quando para a porta, mas ele só veio quando faltavam poucos minutos para tocar.
Entrou e quase logo tocou a campainha. A prof disse então: Micael, mostra-me então o texto. Via-se mesmo que o Micael não queria mostrar e disse assim: já a guardei, setora. E a setora: quero vê-lo, como combinado. E ele: eu entrego amanhã, porque ainda não assinei. E a prof já quase a passar-se: Micael, tira a cópia, assina-a e mostra-ma agora. Ele abriu então o caderno, assinou e entregou a folha à professora. A setora, ao olhar, viu que havia quatro tipos de letra e que nem uma era dele. Nem queria acreditar.
Quando contei à minha mãe, ela disse logo assim: Mariana, às vezes os alunos pensam que os professores são tolinhos, mouquinhos e ceguinhos. Mas graças a Deus não são.
E eu: ó mãe, às vezes são. Tu não dizes que os professores são como as outras pessoas?
E a minha mãe: Mariana, não ponhas mais na carta. Quando a minha mãe diz isto, já está farta de me ouvir.
Mas fiquei a pensar que as raparigas que fizeram a cópia para o Micael foram mesmo totós. Eu nem para o Gi fazia. Era o que faltava.
Muitos beijinhos, querido diário
Mariana
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