Às vezes, perante algumas pessoas, apetece-me dizer: já ganhei o dia. Foi o que me aconteceu hoje pela manhã. Andava eu nos meus afazeres domésticos, olho para a televisão e vejo o João Gil a ser entrevistado. Apesar de não conhecer profundamente as suas músicas, reconheço muitas canções suas - como muita gente, aliás, porque é grande a sua criatividade. Parece inspirar-se em momentos comuns da vida dos cidadãos também comuns. Fá-lo em beleza, na minha opinião. Para além disso, revela uma visão serena e construtiva da vida.
João Gil tinha sido convidado para dar a sua opinião sobre a atualidade. Antes de entrar no tema, agradeceu o facto de assim poder falar por tanta gente que não tem oportunidade de dizer o que pensa. De facto, em muitos debates e programas dos meios de comunicação social, os rostos repetem-se, sendo previsíveis os pontos de vista das pessoas que estão sempre a aparecer. Muitas vezes, insistem um pouco mais no mesmo, escondendo o que é essencial.
A perceção que eu tive de que aquela pessoa – João Gil – era uma mais-valia para o meu dia não ocorre quando vejo a maioria dos políticos e muitos comentadores. Embora, tal como Narciso, eles olhem as águas, deliciando-se com a imagem que veem refletida.
Em vez de olharem para os outros e de compreenderem que também têm voz.
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