Desde que foi minha aluna, há uns seis anos, escrevia sempre um postal de Natal. Também enviava, por escrito, as Boas Festas a outras professoras. Não o fez, porém, nos dois últimos Natais. Pensei: bem, é natural, agora ninguém escreve cartas a ninguém. A não ser com contas do telefone, da água, da luz, do Seguro, do Banco, dos impostos...
Pois, neste Natal, a S. escreveu de novo. Um postal grande e cheiinho de palavras. Tinha concluído a licenciatura e o mestrado, enquanto trabalhava em part-time. Estava muito feliz, porque tinha arranjado trabalho na sua área de formação e estava muito contente com o que fazia.
Dentro do postal, uma fotografia sua: uma jovem bonita, risonha, na sua capa de estudante. Tudo em papel. Para olhar, tocar, aproximar, guardar...
Vou responder-lhe com um postal que tentarei, eu própria, fazer. Talvez não escreva tanto como ela escreveu, mas dar-lhe-ei os parabéns, dir-lhe-ei que mensagens assim são as principais medalhas dos professores. Escreverei também que pessoas como ela dão ânimo ao país, ao contrário de alguns políticos que, coitados, "não sabem nem sonham".
E o pior é que são eles que se enchem de medalhas.
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