domingo, 30 de dezembro de 2012

O último domingo do ano

Hoje é o último domingo do ano. Parece que vai chover. Passou o período de maior frenesim. Desejou-se Feliz Natal com mais largos ou curtos sorrisos. Deu-se e recebeu-se (bom seria que todos o tivessem podido fazer). Reviram-se e abraçaram-se familiares e amigos que são parte de nós. Muitos embrulhos se fizeram, com carinhosos ou obrigatórios laços. Muitas dessas embalagens já estarão em contentores com papéis e restos indistintos. Duraram pouco mas embelezaram o momento.
Agora, repetimos os desejos de Bom Ano Novo. Nos aeroportos e estações dos comboios são as despedidas depois das rápidas estadias.
Apesar de apreciar a rotina diária, que julgo motivadora, considero que estas fases da vida são necessárias. Implicam a reorganização também de nós próprios. Apesar da correria, há também paragens, momentos de reflexão e de um pouco mais de atenção ao que nos rodeia. 
Vejo nas notícias que há aviões cheios de turistas portugueses que vão passar o Ano Novo no Dubai. Logo vem a frase habitual: "apesar da crise..."
Hoje é o último domingo do ano de 2012. E parece que vai chover. Nas lojas dos Centros Comerciais continuará a haver muitas trocas de presentes. Os saldos em letras e números garrafais e garridos gritam e chamam. Uma oportunidade quando as oportunidades vão diminuindo. Muitas crianças farão birra porque ficam fartas do ruído e de ver montras de lojas onde muitos pais param mas não podem entrar.
O mar fará o seu movimento habitual, apesar de todas as suas diferenças. Casas haverá em que sobraram coisas que é preciso arrumar quando o tempo também sobrar; noutras, continuará a faltar tudo cada vez mais.
E muito mais acontecerá, porque pouco se pode prever. 
Hoje, último domingo do ano, como em qualquer outro dia, vêm à memória as palavras de  Sérgio Godinho: "Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...".


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