quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

É bom haver Natal!

Há alguns meses, pensava: quero ter tudo pronto quando chegar o Natal e sem stress de última hora. Pois, ainda não foi desta. Irá alguma vez acontecer?
Compras. Ai, é verdade, ainda falta... E eu que pensava que já estava tudo. Chove, Muito. As nuvens são ameaçadoras. Que desagradável. Uma compra que vinha com alarme. Muita gente a entrar e a sair no Centro Comercial. O alarme dispara. Vem o segurança. Experimenta, balouçando, as sacas. Uma delas apita. Claro que tem as faturas. E logo um embrulho tão bonito. Peço desculpa. Tenho de desembrulhar. A minha colega volta a pôr como está.
Recordo a funcionária. Com um sorriso cansado mas gentil. Vai ficar escrito que a venda X não foi devidamente executada. O segurança vai respondendo: não, não lhe acontecerá nada de grave, mas tem de ficar registado. Pois, realmente é muita gente. Ainda assim, este ano tem havido menos compras. São fases de mais trabalho, sim, mas quando não há que fazer, o tempo custa mais a passar.
Problema resolvido. Bom Natal. Obrigado. Obrigada.
Não sei quando posso fazer as rabanadas. Oh, esqueci-me de comprar ovos. Vou à mercearia onde ia quando era miúda. O merceeiro está de gorro de Pai Natal. Pois, aqui estão os ovinhos e bom Natal. É só? Estas batatas descascadas? Este ano, tivemos algumas encomendas. Há pessoas que não têm tempo. Assim, é mais fácil. Não, ainda não arranjamos a hortaliça, mas, se calhar, no próximo ano, também fazemos isso. As pessoas agora têm menos tempo. Bom Natal, mais uma vez.
Quero pôr a mesa. A família é numerosa. Gosto de sentir que as coisas estão organizadas. Vou usar uma toalha que bordei no tempo em que quase todas as raparigas sabiam bordar. A cor vermelha vai alegrar a mesa. Que paciência eu tinha. Ainda temos de ir fazer umas visitas. Mãe, não vamos dizer que estamos com pressa. É desagradável e parece que estamos a despachar. Não, filha, ficaremos algum tempo, mas olha que toda a gente, nesta altura, anda com pressa. Sim, filha, tens razão, não devemos esquecer o espírito de Natal, mas, agora, vamos. Quase noite de Natal. Ui, que molha. Se havia de chover era agora. Trago-vos sonhos que fiz. E também bolinhos de bolina. Não, obrigada, rabanada, não, mas aceito o vinho do Porto. Que bom. Sabe tão bem nestes dias.
O fogão a lenha não desenvolve. Já consumiu vários achas, mas ainda não esquenta. As panelas são enormes. Ainda não fervem. Temos de meter as couves. Neste tacho, ficam os grelos. O molho de Natal ferve e cheira a cominhos. Meninos, para a mesa. Quem deixar arrefecer a comida não tem prenda!!! Em cima da mesa, há pequenos corações feitos com bocadinhos de cartolina e tecido. À volta da mesa, está a família. Dezasseis corações a bater. Por isso se fala, se conta, se fica com um ar mais sério, se abre um sorriso, se olha como num abraço...
Não consegui evitar a correria, mas que se lixe, é bom haver Natal.


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