Cruzei-me com ele esta amanhã. Já o conheço desde miúda. Percorre a rua onde mora e os lugares que lhe são próximos várias vezes ao dia. Sempre foi pacífico mas distante. Ou melhor, aproxima-se para ver melhor alguma coisa que lhe chama a atenção (e, por sinal, também atrai os demais). Nesses casos, olha, volta a olhar, para um pouco, observa e afasta-se de seguida.
Quando era mais novo, chegou a ajudar a família nas compras diárias: ia à padaria, à mercearia e ao talho. Com o tempo, deixou de poder ir. Ninguém queria que se afastasse muito, porque podia perder-se, fugir ou alguém, por maldade, roubá-lo ou maltratá-lo.
Passou então a passear pelas ruas próximas da casa onde sempre morou. E que ele foi aprendendo a conhecer.
Hoje, passou junto à minha porta. Eu disse-lhe olá mas não sei se me respondeu,
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