quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Querido diário

 

Vigésimo primeiro dia

 

Há vinte dias que me aproximo de ti. Sem interrupção, desde que começou o confinamento. Pensamos todos que vai terminar, 'só não se sabe é quando.'

E como o nosso encontro de cada dia poderá continuar, e há mais proximidade entre nós, vou chamar-te querido diário. Concordas?

Como quem cala consente, não te deves importar.

Ontem até me comovi, o que também não é difícil, talvez por causa da pandemia. Chegaram quase três dezenas de médicos alemães para ajudar doentes portugueses com covid-19. Trouxeram camas e ventiladores.

A solidariedade é mesmo do melhor que há no mundo. 

Mas também me irritam tantos casos de pessoas que passam à frente de quem tem o direito de tomar a vacina. Às vezes, nem sei quem tem razão, noutras vê-se logo que o xico-espertismo não deixa de ser como o vírus

Enquanto isto, continuo à espera da mensagem para a vacina da minha mãe, que tem mais de noventa anos. 


Ah, apanhei esta camélia logo pela manhã - beleza silenciosa das pequenas coisas.



 

 

 

 

 

8 comentários:

  1. Enquanto a sua mãe espera, e provavelmente muitas pessoas como ela, há gente a passar à frente, utilizando as cunhas que sempre existiram nesta sociedade de compadrio.
    Esperemos que as coisas melhorem agora, com um militar à frente do programa.
    Abraço e saúde

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    1. Infelizmente, Elvira, o compadrio aparece em todas as áreas. Deus queira que sim e que os diferentes 'compadres' possam ir aprendendo.
      Um beijinho

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  2. Há muito chico-espertismo em todas as áreas, mas também acredito que as primeiras pessoas (porque depois já não há desculpa, uma vez que foi bastante noticiado) que transgrediram nesse aspecto, podem, algumas, não o ter feito por mal. Não sei...

    A minha mãe também tem 94. Há tempos mandaram-me uma mensagem do centro de saúde a dizer para esperar a mensagem a agendar a vacina, mas já lá vão semanas e nunca mais me disseram nada. Enfim, temos todos os cuidados com ela.

    Espero que continue tudo bem com a sua mãe.

    Beijinhos e saúde:))

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    1. Sim, há casos em que parece haver dúvidas, mas quando a vacina chega à família, amigos e conhecidos já é de desconfiar. Alguns já devem estar arrependidos porque não deviam contar que houvesse este estrondo.

      Curioso, Isabel, a minha mãe também tem 94 anos (nasceu em 1926) e estamos à espera do contacto do Centro de Saúde.

      Um beijinho e também à sua mãe

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  3. Mais um saudoso texto! Quanto às vacinas, infelizmente, vê-se que ninguém aprendeu nada com a pandemia. Sempre a corrupção a funcionar! É triste!
    -
    Já anseio por uma nova Primavera
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    Beijo e uma excelente tarde! :)

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  4. Pois, temos ainda muito para aprender. Há muita gente que se aproveita, infelizmente, e não pensa nos outros.
    Temos de ter esperança num mundo melhor.
    Um beijinho

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  5. Não acredito que ai também há pessoas furando a fila da vacina o.o
    A triste realidade humana do egoísmo corrói nossas esperanças.

    Força e que tudo melhore logo.

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  6. Há porque o ser humano tem muitas virtudes e defeitos comuns! Em toda a parte.
    Sim, que tudo melhore nem que demore algum tempo.
    Um abraço

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