segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Notas dos dias que vivemos

 

Trigésimo segundo dia

 

Nota 1. Desculpa, mudei-te o nome, mas não deixas de ser o meu querido diário, neste tempo de confinamento. Gosto muito da rotina mas dispenso a monotonia. Já o deves saber porque nos encontramos aqui, diariamente, há mais de um mês. Passo a chamar-te 'Notas dos dias que vivemos', mas, para mim, não perdes a identidade. Nem para os nossos amigos, espero, que nos leem e com quem partilhamos muitos momentos de dias em que diferentes formas de calor humano são tão necessárias e tão bem-vindas.

Nota 2. E foi calor humano que senti hoje, ao abrir o blogue, e vi vários e bons comentários amigos. Ainda tinha um pouco de café quente na caneca. Estava a saber-me bem e ainda me soube melhor.

Nota 3. Ouvi há dias uma comentadora de televisão, a propósito de uma notícia de um jornal: 'No dia a dia, não tentemos fazer tudo'. Isto a propósito do stress que convém não aumentar. Concordei com a ideia, porque serenidade é precisa (mas às vezes deve ser tão complicado: teletrabalho, aulas dos filhos online, casas pequenas, só um computador ou nenhum, internet nem vê-la ou com falhas...). 

Nota 4. Ontem li o livro de Luís Sepúlveda: História de um gato e de um rato que se tornaram amigos.


Não sei se o autor pensou mais nas crianças quando o escreveu, mas é uma bonita história sobre a prática e o valor da amizade, boa em qualquer idade.

 

Nota 5. Hoje quero ler outro do mesmo autor. São livros pequenos e com muitas ilustrações, que também aprecio, embora qualquer criança desenhe muito melhor do que eu.

Vou lê-lo ao sol no meu quintal. Tenho lá uma mesa e uns bancos onde raramente me sento. Tenho de contrariar a ideia de educação antiga de que o quintal era para plantar, tratar e colher. Agora acrescento para mim: também é para desfrutar. E apanhar sol. E olhar o céu. E ver as árvores. E ouvir os pássaros. E ver a Castanha (a minha cadela) a correr e a descansar perto de mim. E respirar melhor a leitura. Ou simplesmente a olhar sem fazer nada. Que me desculpem todas as pessoas que têm os dias sem momentos de paragem ou lazer, mesmo em confinamento. Também já os tive assim e sei bem como é. Mas, nessa altura, não havia máscara nem restrições sanitárias.


8 comentários:

  1. Depois de tantos dias tristes, sem sol, ontem (mesmo com coisas para fazer em casa) sentei-me uma meia hora ao sol, na varanda, a ler. Soube-me tão bem, mas tão bem...hoje está mais vento. Não sei se se estará lá bem...

    Aproveite bem o seu quintal. É tão bom andar no quintal. Já morei numa casa com quintal (a casa dos meus pais tinha um quintal grande) e quando comprei o meu primeiro apartamento estranhei imenso. Fez-me falta um espaço para sacudir, lavar, até correr...sem incomodar os vizinhos...

    Boa segunda-feira:))

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Isabel
      Aqui está muito bom. Fui fazer uma pequena caminhada - devia era fazê-la todos os dias - e já vi muita gente de manga curta.
      Vivi cinco anos num apartamento, mas gosto mais de viver assim com quintal, como sempre vivi quando estava em casa dos meus pais. Fica é caro e dá trabalho, mas é muito bom ter hortaliças frescas e espaço por nossa conta.
      Um beijinho

      Eliminar
  2. Gosto muito de ler os seus diários. Obrigada por partilhar
    Esse livro do gato amigo do rato deve ser interessante :))
    -
    Vagueiam sonhos da minha ilusão
    -
    Beijo e uma excelente semana!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Que bom, Cidália, obrigada. Gostei do livro. A história e as ilustrações são muito bonitas. Como as personagens são Max, Mix e Mex, ontem falei delas à minha neta, pelo skype, e ela achou piada.
      Um beijinho

      Eliminar
  3. Hoje, por aqui, está vento e péssimo para ir ao quintal. E eu, que me lembre, e lembro-me bem, em todos os tempos de haver um quintal na minha vida, se calhava a ir lá apanhar sol ficava ali, mesmo, mesmo, a lagartar. Assim é que tem piada. Bom, também ia e vou ao quintal tricotar, bordar, ler e olhar. E encher-me de calor e luz por todos os poros (no verão, também de moscas). Mas, nunca por nunca ser, fui trabalhar no quintal sem aquelas pausas de ser apenas bicho, animal que se espoja no calor. É que talvez o corpo não o consiga totalmente (ora pois, que me descalço, arregaço calças e saias, dispo blusas; em suma, uso de arrojado streap), mas a minha alma simples espoja-se, estica-se mais que eu na toalha ao sol da minha praia. Bendita a alma que tenho e espero não me abandone que isto a gente nunca sabe. Ó alma, tu vê lá o que é que fazes.
    E pois, gostei de saber que a Maria vai gozando do sol e dos prazeres comuns, que os outros nos falham mais que as notas de 50€.
    Que a semana lhe corra do melhor. E por aí.
    Boa tarde. Fique bem.

    ResponderEliminar
  4. Comentário de escritora, Bea. Que bom! Adorei o 'lagartar'! E também me vou recomendar: 'Ó alma, tu vê lá o que é que fazes'. Maravilha. Volte sempre. Ainda não vi o seu post de hoje, mas quero ver. Ainda bem que conheci o seu blogue através do blogue da Isabel.
    Um beijinho

    ResponderEliminar
  5. Hoje por aqui amanheceu escuro como se fosse chover, mas já está sol.
    Como não há tolerância de ponto eu tenho as netas comigo.
    Boas leituras por aí. Eu não consigo ler nada desde que começou a Pandemia. O pouco tempo que me resta, é para não deixar os blogues parados.
    Abraço e saúde

    ResponderEliminar
  6. Olá, Elvira, realmente não se pode fazer tudo e tomar conta de duas crianças ocupa muito tempo, embora traga muitos momentos de grande alegria.
    Um beijinho e muita saúde

    ResponderEliminar