quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Diário do meu confinamento

 

Décimo quarto dia

De manhã fui ao quintal e fiquei contente com a pequena colheita. Também apanhei camélias, embora não seja muito de ter flores frescas dentro de casa.

Ao ver estas flores, lembro-me com frequência do romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas, que o meu pai tinha lido quando era novo e de que falava bastante.

Hoje ainda não sei se os números da pandemia continuam a crescer. Ouvi, a propósito disso, uma psicóloga a aconselhar não se ver notícias mais do que duas vezes por dia, para manter o equilíbrio emocional. Referiu também que ler, escrever, comunicar... faz muito bem em qualquer altura e ainda mais agora. Também acho.

A mesma técnica de saúde mental lembrou que, dantes, as pessoas passavam a vida a dizer: 'não tenho tempo', 'tenho pressa'.

Agora há mais tempo e temos é pressa que a pandemia passe. Para vivermos normalmente.

Os estudos revelam que a violência doméstica tem aumentado. Imagino esse horror dentro de quatro caladas paredes.

Não chove, mas o tempo está cinzento e húmido. Quase tudo parece parado.

Porém, os dias continuam. Amanhã, já é 6ª f. 


9 comentários:

  1. Hoje os números da pandemia continuaram acrescer. E penso que vão continuar a subir, dado o comportamento de milhares de irresponsáveis que não se protegem nem respeitam os outros.
    Continuação de boa semana, querida amiga. E em segurança.
    Beijo.

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  2. Só há bocadinho os ouvi: 303 óbitos. Assustador. O presidente da República fez referências ao negacionismo, insensibilidade...
    Terá mesmo de haver mudanças que começam por cada um de nós.
    Uma noite descansada.

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  3. Também não ouvi mas a minha sobrinha acabou de me dizer que continuam a crescer.
    Gosto de camélias. E do romance "A Dama das Camélias" que li há mais de 40 anos.
    Abraço e saúde

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    1. O meu pai falava desse romance como se falasse de alguém que lhe tinha deixado saudade!!! Muito engraçado. Não sei se o cheguei a ler.

      beijinho e muita saúde

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    2. Julgo que não fazia parte dos livros 'proibidos', como o Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós! Que líamos às escondidas dos pais!!!
      Os miúdos agora acham isso quase impossível!

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  4. Olá Maria, tenho seguido essa sua visão, sem olhar muito notícias. Aqui no Brasil seguimos a muitos meses os 1.000 óbitos diários, mas aqui estamos desgovernado, o que acaba agravando ainda mais.
    Muita luz,

    Calebe Borges
    bcbot.blogspot.com

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  5. Sim, as notícias cá também mostram o que se passa no Brasil, a nível político e sanitário. O país é imenso, mas bom seria que, pelo menos, a pandemia diminuísse.
    Abraço e muita saúde

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  6. E no meio de tudo isto, ando eu a construir rubricas...
    Não perguntes o que é!
    Colhe as tuas camélias (parece quase verso de Ricardo Reis) e vê só uma vez as notícias! São deprimentes.
    Protege-te.
    Beijinho.

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  7. Entrei na Carruagem 23 e, Vítor, logo percebi a tua primeira frase. Pesada construção, embora para ti seja leve.
    Sim, colher camélias é bem mais simples. Quase bucólico, mas que os alunos aumentem os conhecimentos através das tais rubricas também é bom e necessário. Enquanto as constróis, podes colher maresias!
    Um abraço e muita saúde.

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