Décimo quarto dia
De manhã fui ao quintal e fiquei contente com a pequena colheita. Também apanhei camélias, embora não seja muito de ter flores frescas dentro de casa.
Ao ver estas flores, lembro-me com frequência do romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas, que o meu pai tinha lido quando era novo e de que falava bastante.
Hoje ainda não sei se os números da pandemia continuam a crescer. Ouvi, a propósito disso, uma psicóloga a aconselhar não se ver notícias mais do que duas vezes por dia, para manter o equilíbrio emocional. Referiu também que ler, escrever, comunicar... faz muito bem em qualquer altura e ainda mais agora. Também acho.
A mesma técnica de saúde mental lembrou que, dantes, as pessoas passavam a vida a dizer: 'não tenho tempo', 'tenho pressa'.
Agora há mais tempo e temos é pressa que a pandemia passe. Para vivermos normalmente.
Os estudos revelam que a violência doméstica tem aumentado. Imagino esse horror dentro de quatro caladas paredes.
Não chove, mas o tempo está cinzento e húmido. Quase tudo parece parado.
Porém, os dias continuam. Amanhã, já é 6ª f.