Lembro-me bem dela. Era uma aluna estudiosa, responsável, mas não queria (por timidez?) ler os seus textos para a turma. Eu dizia-lhe: tenta ler, verás que és capaz. Com o tempo, foi modificando. Deixei de a ver desde o 12º ano.
Ontem, encontrei-a na rua. Trazia, nas mãos, sacos com compras do supermercado. O diálogo foi mais ou menos assim:
- Olá, professora!
- Olha a D., estás boa? Que estás a fazer?
- Estou na tropa.
- Na tropa?
- Sou das melhores da minha especialidade.
- Parabéns. E estás a gostar?
- Mesmo muito. Estou cá de férias e na próxima semana volto.
- Há alguns anos não te imaginaria de farda.
(Mete a mão ao bolso, tira o telefone e mostra uma fotografia dela fardada. Sorri com um sorriso alto e bonito).
- Um dia destes, eu e o M.vimos à escola para a professora nos ver fardados. O M. está no Kosovo. Também é um dos melhores do grupo.
(Ponho-lhe uma questão, se calhar, fora do tempo:)
- E os rapazes? Tratam-te bem?
- A mim? Claro, eu mando em mais de metade deles!
(Sim, a questão estava fora do tempo).
E ainda bem que estava fora do tempo!
ResponderEliminarOs tempos agora são outros! (Infelizmente, nem sem sempre. Nem em todo o lado!)
Mas, ainda bem para ela!... E para nós, que também vamos ficando "fora de tempo".
Ai, quem me dera outros tempos!Bem mais moços...
Bjinho
IA
Tu ainda podias ir para a tropa, logo não estás fora do tempo (eh eh eh, como dirias).
ResponderEliminarEu é que não, mas, mesmo assim, não gosto nada de estar fora do tempo, mas acontece. Nesta situação, até foi para melhor.
Um beijinho
M.