quarta-feira, 18 de abril de 2012

Uma amiga lembrou: Antero de Quental faria 170 anos!

 Sam Weber
No Circo
(A João de Deus)

Muito longe d'aqui, nem eu sei quando,
Nem onde era esse mundo, em que eu vivia...
Mas tão longe... que até dizer podia
Que enquanto lá andei, andei sonhando...

Porque era tudo ali aéreo e brando,
E lúcida a existência amanhecia...
E eu... leve como a luz... até que um dia
Um vento me tomou, e vim rolando...

Caí e achei-me, de repente, involto
Em luta bestial, na arena fera,
Onde um bruto furor bramia solto.
 


Senti um monstro em mim nascer n'essa hora,
E achei-me de improviso feito fera...
— É assim que rujo entre leões agora!

Antero de Quental, in "Sonetos"


Gostei do soneto e do quadro
 que a IA escolheu para o ilustrar!
Obrigada!

1 comentário:

  1. Muitos, hoje, perguntariam: E quem é esse?
    Pobre destino o de Antero, o de Camilo, mais o de tantos outros escritores marcantes da literatura portuguesa, os quais já nem figuram nos programas.
    E tão importantes foram para os que vieram depois deles, quer na poesia quer na prosa.
    Helas!

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