Durante cinco anos, sempre que ia à varanda ou à janela, pelas oito e meia da manhã ou pelas cinco da tarde, via uma vizinha a passar, seguindo sempre o mesmo percurso. Eu pensava que não conseguiria. Teria, pelo menos, de, de vez em quando, seguir outro caminho. Em vez de virar sempre para o mesmo lado da rua, inverteria o sentido para ser diferente.
Porém, gosto muito da rotina: dos afazeres diários, de ir ao mesmo cabeleireiro, de encontrar os mesmos vizinhos, de fazer as compras no mesmo supermercado, colocar os lixos nos mesmos contentores ...
Para não falar do prazer em chegar a casa da minha mãe e sentir o cheiro dos goivos e das outras flores que vejo há tantos anos! Para não falar também da escola onde entro quase todos os dias e há muitos anos e que, para já, ainda não me cansou, apesar de haver dias mais e dias menos (felizmente bem menos).
Mas, mesmo assim, vario os percursos. Faço-o sem pensar. Ou por rotina?
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