terça-feira, 10 de abril de 2012

Aprendi agora esta palavra: nomofobia


Pelos vistos, nomofobia é o receio de privação do uso do telemóvel.

Nomofóbica não sou, mas gosto de saber que tenho comigo o telemóvel, em caso de precisar dele. Porém,  ponho o som tão baixo que muitas vezes nem o oiço.

É que faz-me impressão o toque estridente do telemóvel em locais de lazer, em qualquer reunião, no comboio, em cerimónias religiosas, no restaurante, em sala de espera, em casamento, em funeral...
Muitas vezes, as pessoas pegam no telemóvel e saem, atrapalhadamente, a correr do local, enquanto ele vai lançando sons cada vez mais agudos. Outras vezes, não saem do sítio, olham atentamente o visor para identificar quem chama e só um tempinho depois é que atendem, sem reparar sequer no frete que estão a causar às pessoas.

Recordo-me que uma vez pensava com prazer na viagem de comboio Lisboa-Porto. Poderia ler, olhar a paisagem, descansar, pôr algumas ideias em ordem... O que me esperava, porém, eram alguns companheiros de carruagem a pôr chamadas telefónicas em dia. Ele eram negócios, ele eram conversas de família... diálogos infindáveis que só os surdos não ouviriam e só os santos não achariam castigo.

Imagem retirada da net
Uma outra vez, encontrava-me num hotel no Douro. Sentei-me ao sol, tendo o céu azul e o verde das vinhas sonhadamente perto. Até apetecia respirar fundo e agradecer a maravilha. Daí a nada, foram chegando mais pessoas. Uma delas fazia anos e começou a contactar, via telemóvel, a família e amigos. Como se não bastasse, outras tantas chamadas recebia. Quando o telefone tocava, eu só dizia: não é possível!

Assim sendo, estaremos rodeados de nomofóbicos? Ou será uma maneira de afastar o toque de outras fobias?


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