Maria Helena Vieira da Silva
25 DE ABRIL
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
Pátria |
Por um país de pedra e vento duro
Por um país de luz perfeita e clara
Pelo negro da terra e pelo branco do muro
Pelos rostos de silêncio e de paciência
Que a miséria longamente desenhou
Rente aos ossos com toda a exactidão
Do longo relatório irrecusável
E pelos rostos iguais ao sol e ao vento
E pela limpidez das tão amadas
Palavras sempre ditas com paixão
Pela cor e pelo peso das palavras
Pelo concreto silêncio limpo das palavras
Donde se erguem as coisas nomeadas
Pela nudez das palavras deslumbradas
- Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro
Me dói a lua me soluça o mar
E o exílio se inscreve em pleno tempo.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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ACINZENTADA DEMOCRACIA
ResponderEliminarDo cravo em pedra,
foi-se a rubra cor.
Sem sangue na terra,
secou o vigor.
Da revolução,
a memória fica,
lembrando a canção...,
o povo que grita...,
a arma a dar flor...
Renovado o tempo,
nascida a manhã,
no sopro do vento,
a sã liberdade
esvai-se na idade.
Em dia cinzento,
vejo um monumento:
voam as gaivotas
só no pensamento.
No duro betão,
há ondas de mar
plantadas no chão,
subidas ao ar.
Com fénix em cinzas,
Esperança, vinhas...
http://carruagem23.blogspot.pt/2012/04/em-dia-feriado.html
Como hei de responder
ResponderEliminarA poema tão sentido?
Não, não deixemos desaparecer
O caminho pretendido!
Um abraço!
M.