domingo, 28 de agosto de 2011

Uma flor na lapela

100 palavras


Quem o conheceu dificilmente o esquece. Era magro, elegante, de fato irrepreensível. Punha diariamente uma flor fresca na lapela. Quase sempre vermelha e volumosa.

Tinha apelido de ave e as pessoas pronunciavam-no carregando nos erres.

Eu era muito nova e aquele homem era um mistério. Quem lhe arranjaria as flores? Quem as colocaria de modo tão perfeito? Só que nesse tempo a poucas questões se dava resposta. Por essa altura, li, julgo que às escondidas, a Dama das Camélias de Alexandre Dumas e comecei a imaginá-lo personagem de um outro livro que também gostaria de ler.

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