terça-feira, 30 de agosto de 2011

Como hei-de exprimir esta dor?

Às vezes, acontecem estas coisas. Ou não?

Comigo, acho que já aconteceram. Por isso me diverti a escrever este texto, um dia, num ateliê de escrita em Serralves.

Saúde para todos!

- Senhor doutor, dói-me a cabeça. Ela vem assim que penso que me vai doer.

Aflige-me tanto que até me tira a vontade de comer.

Dá-me enjoos. Eu que procuro ter cabeça, quase a perco quando me dói assim,

São horríveis estas náuseas que me arrancam de mim.

Senhor doutor, arranje-me um medicamento para que eu fique melhor.

Ah, é verdade,

Esta dor faz-me perder o equilíbrio.

O que eu tenho é um verdadeiro martírio

Valha-me a Santíssima Trindade.

Sinto um martelar na cabeça do lado esquerdo

Que me parece sinistro.

Antes doesse a um qualquer ministro

Dê-me um remédio para isto me passar

Porque esta enxaqueca não me deixa trabalhar.

Eu sei que não sou nova, mas não sou tão velha assim,

Ajude-me, senhor doutor,

Tire esta dor de cima de mim.

Mas, por favor, não me mande fazer radiografias nem tacs.

Eu sei que o senhor não é curandeiro,

Mas diga-me só que isto vai passar.

Se me disser isso e eu vir que o senhor doutor está a ser verdadeiro

Basta a sua palavrinha para logo me curar.

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