S/Cem palavras
Ela passou junto de um sem-abrigo numa zona turística do Porto.
Era velho, desdentado, cabelo grisalho. Ele fitou-a com olhos esbugalhados, sorriso
de quem não está habituado a pedir esmola, dizendo:
- Uma moeda porque hoje é o dia da Mãe.
Ela olhou-o e sorriu. Podia ser filha dele!
Tirou o porta-moedas e deu-lhe uma moeda.
Ele agradeceu e desejou-lhe um bom dia. Para ela que devia ser
mãe. Ele não, não tinha filhos. Para quê? Tinha tido vinte e um irmãos. Pena
era ter de viver só.
Guardou a moeda. Tinha vinte. Faltava uma para se levantar dali.
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