quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

É simples, é barato e pode dar... felicidade

É simples, é barato e pode dar… felicidade
pensar em
- coisas simples de que gostamos
- coisas simples de que não gostamos

Depois, escrever um pequeno texto/uma pequena história com alguns desses elementos.

Escolhi:

Gosto de…
- oferecer uma pequena história a uma criança e ver que gostou
- caminhar ao fim da tarde à beira-mar

Não gosto de…
- palavras destrutivas
- recordações de dias maus

(Este texto tem a ver com uma situação que conheci, o que pode ser um ponto de partida para a escrita)

UMA HISTÓRIA SEM NATAL

Numa aula de adultos, depois de algum diálogo, o professor pediu para os alunos escreverem uma história de Natal. Poderia ser ilustrada e um bonito presente de Natal em tempo de crise.
Olhando aqueles homens e mulheres, o professor viu que um deles revelava tristeza num olhar carregado em rosto fechado. Aproximou-se dele e apercebeu-se que o aluno estava assim porque não gostava do Natal. Ainda assim, reconhecia a vantagem de trabalhar a escrita e poder oferecer uma história bonita à filha mais pequenina, pressentindo já alegria nos seus olhos.
Com algum esforço, abriu o caderno, pegou na caneta que a companheira lhe dera e começou a pensar no que podia escrever. Sentia os nervos à flor da pela. Queria que saíssem palavras e tinha de conter as lágrimas. Lembrou-se do que ouvira já muitas vezes: um homem não chora. Sabia que não era assim. Melhor tivesse ido caminhar ao fim da tarde à beira-mar. Só lhe vinham à cabeça perdas de familiares e de amigos. Ouvia também palavras destrutivas da infância que o tinham marcado, deixando recordações de dias maus e de muitas dificuldades. Em dias gélidos de repetidos natais.
Depois de ter riscado várias vezes o que tinha escrito, pousou a caneta e fechou o caderno. O professor abeirou-se dele de novo e viram outras hipóteses de escrita. Surgiram várias: situações: umas vividas, outras imaginadas.
Na despedida, o aluno pediu desculpa ao professor e disse que até à próxima sessão escreveria a história, mas uma palavra não seria escrita: NATAL.

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