Não sei se está a ser aceite ou não a proposta do governo de os professores reformados poderem continuar a dar aulas. Pode até ser uma medida que ajude a resolver o grande problema da falta de professores, mas parece-me que revela desconhecimento da vida das escolas, por parte dos decisores,
Quase todos os professores em final de carreira e, sentindo grande cansaço, anseiam por vir para casa e fazer outras coisas para as quais não tinham tido tempo enquanto lecionavam.
Ora, querer continuar na escola ou a ela voltar implica que os professores em fim de carreira gostem muito da escola, que o seu trabalho seja reconhecido pela direção e pela comunidade; o salário seja estimulante e saibam claramente o que vão fazer.
Para juntar a este leque, existirão, por certo, alunos, que, logo no primeiro contacto, dirão: mais um velhote.
Também os colegas mais jovens olharão (desculpem se tal não acontece) a generalidade dos já reformados como seres muito dependentes da escola, mas que pouco sabem de coisas fundamentais nos nossos dias como são as novas tecnologias.
A classe docente está bastante envelhecida e os que amam a Escola e a Educação gostariam de ver mais jovens a ingressar na profissão docente, mas será que fazer mais sacrifícios e ter mais constrangimentos depois de tantos anos de trabalho vale a pena?
Não conheço ninguém que vá continuar na escola após a reforma, mas, se houver professores que o façam, parabéns pela força e coragem.
No entanto, conheço docentes que continuam na escola, não para dar aulas, mas em funções ligadas, nomeadamente, à arte, à ciência, às bibliotecas…. Nesse caso, poderá ser estimulante, mas, mesmo assim, só se for compensador e uma mais-valia pessoal.
Vou repetir uma ideia já por demais dita e redita:
Deixem-nos descansar, deixem-nos viver sem cumprir tantas obrigações. Sem o tic-tac do relógio, que torna a vida ainda mais breve.
A menos que a vida seja, assim, mais feliz, mas, nas circunstâncias atuais, não me parece.
Lutar por direitos coletivos e pessoais sempre é uma luta.
ResponderEliminarSim, é importante, embora o faça no sentido de expressar a minha opinião pessoal.
ResponderEliminarSinceramente e tendo eu sido professora... não me parece ser viável essa solução! Há que apostar na dignificação da carreira e regras no ensino... modernização de programas e qualidade mais do que quantidade! 😘
ResponderEliminarTambém concordo consigo. Há soluções que estão a ser tomadas que podem ter algum peso, mas apenas no imediato.
ResponderEliminarUm beijinho e bom fim de semana.