domingo, 30 de abril de 2017
Em domingo chuvoso
Once upon a summertime, if you recall
Once upon a summertime just like today
You were sweeter than the blossoms on the tree
Now another winter time has come and gone
Now another winter time has come and gone
sábado, 29 de abril de 2017
Os 100 dias de Trump ou a caricatura
Vale a pena ver este pequeno vídeo dos Simpsons sobre os 100 dias de governação de Trump.
O humor, muitas vezes, é bem certeiro.
pehttps://www.theguardian.com/tv-and-radio/video/2017/apr/27/watch-the-simpsons-take-on-trumps-first-100-days-in-office-video
O humor, muitas vezes, é bem certeiro.
pehttps://www.theguardian.com/tv-and-radio/video/2017/apr/27/watch-the-simpsons-take-on-trumps-first-100-days-in-office-video
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Mário Lúcio
"Nascido em 1964 no Tarrafal, no norte da Ilha de Santiago, Lúcio Matias
de Sousa Mendes, ou Mário Lúcio de nome artístico é descrito como “um
militante da união na diversidade.”"
http://www.voaportugues.com/a/article-1-14-11-mario-lucio-cverde-voa-113619344/1259340.html
http://www.voaportugues.com/a/article-1-14-11-mario-lucio-cverde-voa-113619344/1259340.html
SEMPRE
terça-feira, 25 de abril de 2017
"Os dois pássaros"
O pássaro domesticado vivia na gaiola e, o pássaro livre, na
floresta.
Mas o destino deles era encontrarem-se, e a hora finalmente
havia chegado.
O pássaro livre cantou:
- Meu amor, voemos para o bosque.
O pássaro preso sussurrou:
- Vem cá, e vivamos juntos nesta gaiola.
O pássaro livre respondeu:
- Entre as grades não há espaço para abrir as asas.
- Entre as grades não há espaço para abrir as asas.
- Ah, lamentou o pássaro engaiolado - no céu não saberia onde
pousar.
O pássaro livre cantou:
- Amor querido, canta as canções do campo.
- Amor querido, canta as canções do campo.
Mas o pássaro preso respondeu:
- Fica junto comigo, e eu te ensinarei as palavras dos sábios.
- Fica junto comigo, e eu te ensinarei as palavras dos sábios.
O pássaro da floresta retorquiu:
- Não, não! As canções não podem ser ensinadas!
- Não, não! As canções não podem ser ensinadas!
E o pássaro engaiolado gemeu:
- Ai de mim! Eu não conheço as canções do campo.
- Ai de mim! Eu não conheço as canções do campo.
Entre eles o amor era sem limites, mas eles não podiam voar asa com
asa.
Olhavam-se através das grades da gaiola, mas em vão desejavam
conhecer-se. Batiam as asas ansiosamente, e cantavam:
- Chega mais perto, meu amor!
Mas o pássaro livre dizia:
- Não posso! Tenho medo da tua gaiola com portas fechadas.
- Não posso! Tenho medo da tua gaiola com portas fechadas.
E o pássaro engaiolado sussurrava:
- Ai de mim! As minhas asas ficaram fracas e morreram.
Prémio Nobel de Literatura em 1913.
Calcutá - 1861/Bengala -1941.
- Ai de mim! As minhas asas ficaram fracas e morreram.
Rabindranath Tagore - poeta e escritor indiano.
Prémio Nobel de Literatura em 1913.
Calcutá - 1861/Bengala -1941.
segunda-feira, 24 de abril de 2017
domingo, 23 de abril de 2017
Ontem, na Biblioteca Almeida Garrett!
Comemorando o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, a Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, realizou, ontem, dia 22 de abril, uma sessão de leitura de textos curtos e de diferentes autores.
Foi um bom fim de tarde a ouvir textos bem escolhidos e bem lidos.
Às vezes, estas atividades (aparentemente) simples são as mais conseguidas.
Gostei muito, tanto pelo conteúdo dos textos - divididos em três temas: Livros, Animais e Porto - como pelo amor pelas palavras com que foram comunicados pelos diferentes leitores.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
terça-feira, 18 de abril de 2017
Uma cidade em que tudo parece estar feito
Há cidades - poucas, acho eu - em que parece já estar tudo feito, como Copenhague, com a sua imensa planura e frescura.
Nas vias, há espaços próprios para os carros, para as bicicletas e para os peões. As bicicletas são em em grande número e obedecem a semáforos específicos.
São imensas as imagens de grande beleza na passagem rápida das bicicletas transportando pessoas de todas as idades. Esse hábito vê-se também na forma ligeira como as pessoas se deslocam, tanto de bicicleta como a pé.
Como o clima regista baixas temperaturas, logo que o sol aparece, os espaços públicos enchem-se e as esplanadas ou qualquer degrau em que as pessoas se possam sentar ganham mais vida.
Parecem estar todos habituados a pouco desperdiçar, incluindo o sol. Este é que nem sempre brilha, embora pareça brilhar para todos.
quinta-feira, 13 de abril de 2017
"Sei um ninho"
Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.
Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...
Miguel Torga
"A galinha dos ovos misteriosos"
"Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um
ovo. E todos os dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho. - Já pus 1.000
ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum por causa da gente
gulosa - cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir.
Se bem o pensou melhor o fez. Quando a dona entrou na
capoeira, como de costume, esgueirou- se pela porta aberta. Só parou na mata.
Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem, farrapos
de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou- se nele e
pôs um ovo muito branquinho
Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que
aqui ninguém me traz de comer resolveu a galinha, afastando-se em busca do
almoço. Demorou-se, porque ali tudo lhe era estranho. Quando voltou, qual não
foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos de todos os tamanhos e feitios.
Cocorocó… O que vem a ser isto? - disse ela. - Na
minha capoeira tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte! E logo se
aninhou. Daí em diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o
corpo quente, quente como uma botija.
O tempo foi passando. Quanto, não sabia, porque não
aprendera a contar nem se guiava pelo calendário. Até que … crac. O primeiro
ovo se abriu e de lá saiu um bicharoco de bico retorcido. Ai, mas que filho, eu
até desmaio! Em vez de ser pinto é um papagaio. exclamou a galinha.
No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu,
rastejando, uma criatura comprida e sarapintada. Ai, mas que filho, como ele é
diferente! Em vez de ser pinto é uma serpente, exclamou a galinha.
Nessa mesma tarde, o maior dos ovos partiu- se ao
meio. A galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se
a cacarejar. Ai, mas que filho, este é de truz ! Em vez de ser pinto é uma
avestruz.
Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro? A
galinha, curiosa, picou um deles. Mas ia caindo para o lado. Ai, mas que filho!
Deve vir do Nilo. Em vez de ser pinto é um crocodilo.
Ainda não se tinha calado quando sentiu um reboliço no
último. Ao ver a penugem amarela, bateu a asa de contentamento e escancarou o
bico: Ai, mas que filho! Diz o meu instinto que este finalmente é mesmo um
pinto.
Olhem a minha
ninhada! - mostrava ela às galinhas do mato. - É tão variada e tão engraçada. -
Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos, aconselhava a perdiz. Mas como podia ela
abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor ? Que outra mãe havia de
tratar deles? Era feliz, mas vivia num desassossego.
O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar.
O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar. A serpente
metia-se por todos os buracos e ela era gorda de mais para a poder ir buscar.
A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que
lhe chegasse. Só o pinto, naturalmente se comportava como um pinto.
Mas ela de todos gostava. De todos cuidava. Coçava a
serpente quando ela tinha cócegas porque à pobrezinha faltavam as patas.
Enrouquecia de tanto tagarelar com o papagaio que queria sempre conversar.
Cansava-se a carregar petiscos para a comilona da
avestruz. Esgravatava o chão em busca de sementes para o pinto. E nos
intervalos lavava as dentuças ao crocodilo.
Tudo parecia correr bem até que apareceu no bosque um
rapaz. - Ah, que belo frango! - disse ele, ao ver o filho verdadeiro da galinha.
- Vou assá-lo para o jantar. - Cocorocó, refilou a galinha, o que quer dizer na
sua língua « não lhe toques, senão pico-te ». O rapaz riu. Pois, quem tem medo
de uma galinha? E apanhou o frango.
Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se
pôs a assobiar à sua frente, mostrando os dentes de veneno. - Ai, uma serpente
!, gritou ele e atirou-se ao lago para
lhe escapar. Foi a vez do crocodilo avançar de boca aberta. - Ai, que este me
come!, gritou novamente o rapaz, subindo para a outra margem com o frango debaixo
do braço.
Aí estava o papagaio, empoleirado num árvore: Aí estava
o papagaio. És ladrão, empoleirado és,
vou meter-te prisão! És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão! És ladrão,
és ladrão vou prender-te na prisão! És ladrão, és ladrão vou prender-te na
prisão!
Um polícia…assustou-se o moço. - Deixa-me fugir. Mas
logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes, depois cada
vez mais próximos, a grande velocidade. Era a avestruz. Apavorado, pensando que
era um polícia que o perseguia, o rapaz largou a ave e só parou, esbaforido, na
aldeia.
Às costas da irmã avestruz, o frango voltou para casa.
Para festejar, a galinha juntou todos os filhos e
fez-lhes um bolo com vários andares. Um tinha milho para o frango. Outro, peixe
para o crocodilo. Outro, fruta para o papagaio. Outro, ratos para a serpente. E
por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a
avestruz só gostava de pitéus extravagantes.
Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta
da galinha e puseram-se a cantar: Somos todos irmãos, somos todos diferentes:
há uns que têm bico, outros que têm dentes, há uns que têm escamas, outros que
têm asas, na terra e na água fazemos nossas casas. Eu só tenho pescoço. Eu voo
pelo ar. Eu nado a quatro patas. Eu cá gosto de andar. Somos todos diferentes,
mas todos queremos bem à boa da galinha que é a nossa mãe.
MORAL DA HISTÓRIA - TODOS DIFERENTES TODOS IGUAIS"
quarta-feira, 12 de abril de 2017
"Manhã de Páscoa"
Manhã
de Páscoa!
Dá-nos
a coragem dos recomeços.
Mesmo nos dias quebrados
faz-nos descobrir limiares límpidos. Não nos deixes acomodar ao saber daquilo que foi:
dá-nos largueza de coração para abraçar aquilo que é.
Afasta-nos do repetido, do juízo mecânico que banaliza a história,
pois a desventra de qualquer surpresa e esperança.
Torna-nos atónitos como os seres que florescem...
Torna-nos livres, deslumbrantemente insubmissos.
Torna-nos inacabados como quem deseja e de desejo vive.
Torna-nos confiantes como os que se atrevem a olhar tudo,
e a si mesmos, uma primeira vez.
José Tolentino de Mendonça
Poema adaptado por:
Clube das Histórias
es@contadoresdehistorias.com
terça-feira, 11 de abril de 2017
Ella em Londres
Há dias, em Camdem, nos arredores de Londres, houve um concerto para bebés celebrando os 100 anos do nascimento de Ella Fitzerald.
Era bonito ver crianças pequeninas a correr no palco, ao colo dos pais, sentadinhas ou de um lado para o outro sob o olhar atento de quem, amorosamente, as tinha levado.
O concerto foi numa igreja que, tal como muitas outras, traz a música às crianças.
Muito pequeninos, sem grande poder de concentração, vão adquirindo hábitos de algum silêncio, de respeito pelo que as rodeia, de interação com as pessoas, de gosto pela música, encarada como um bem natural enquanto comem uma peça de fruta, dão ou recebem um abracinho, de partilha do mesmo espaço, de escuta...
Oxalá qualquer forma de Brexit não termine com estas formas tão boas de expressão da arte que ajudam a formar e a educar.E existem meninos e pais das mais diversas proveniências, o que dá ainda mais beleza àquele espaço.
As pessoas estavam reunidas porque se celebrava o aniversário do nascimento da grande cantora de jazz e da sua brilhante carreira.
Um belíssimo motivo para acreditar na Educação também pela Arte.
Quem tem razão?
Na comunicação social, têm aparecido versões muito diferentes dos distúrbios causados num hotel do sul de Espanha por estudantes portugueses. Há testemunhos a pretender demonstrar que foram coisas de pouca monta em relação às acusações do hotel, embora este não mostre imagens dos locais onde diz ter havido atos de vandalismo.
Ao longo da minha vida de professora, convivi com o entusiasmo de muitos alunos que, muito tempo antes da viagem, começavam a falar dessas férias da Páscoa sem os olhares críticos dos pais ou dos professores. Pelos dezassete-dezoito anos é natural que assim seja, como natural é que muitos não fossem por não se sentirem atraídos por viagens em multidão.
Quando regressavam, as histórias sobretudo de excessos continuavam a ser partilhadas nos intervalos e também, em voz mais ou menos baixinha, nas aulas.
Em muitos casos, passou a ser um ritual iniciático que contribuirá para a construção de autonomias e abertura ao mundo, sobretudo para os jovens que não têm a possibilidade de viajar.
O pior é que muitos alunos se habituam a ser desculpabilizados no dia a dia. Depois em grupo, quando se sentem libertos de quaisquer amarras, destroem o que podem como forma de protesto ou simplesmente porque não se controlaram ou querem mostrar o seu poder. Haverá sempre alguém para os defender.
Sempre achei que são muito mais numerosos os alunos com bom desempenho cívico do que aqueles que transgridem as regras, mas estes, ainda que em número reduzido, roubam muito tempo e muita paciência, sendo desculpabilizados em muitas situações. Ou porque os objetos não devem estar ao seu alcance, ou porque os funcionários têm de exercer mais vigilância, ou porque há outros que também o fazem... E falo também de alunos do ensino secundário.
Por isso, poucos ou muitos estragos não deveriam acontecer e oxalá que os pais oiçam os jovens que destruíram coisas no hotel ou os que nada fizeram de mal, de modo a que todos aprendam com isto e não seja mais um motivo para, entre duas mensagens de telemóvel e quase sem levantar os olhos do ecrã, dizerem que a culpa é dos outros.
Mas o hotel também não fica muito bem na fotografia com o lucro a fazer festas aos bolsos. E talvez as Agências de Viagens devam ter outros cuidados na preparação das visitas para multidões de jovens.
De outro modo, será mais um momento triste nacional em que a culpa é de todos e não é de ninguém.
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