Maldita pandemia! Que não me deixa estar com a minha neta este verão.
Não estão nada fáceis os voos de Londres para o Porto. Nem do Porto para Londres. E para quem tinha viagem marcada pela TAP ainda pior.
Mesmo assim, comecei a organizar melhor o quarto da minha neta. Se não vier agora, pode ser que venha para o Natal. Se o maldito vírus não continuar a contagiar por terra, mar e ar.
E como ela gosta muito de livros de histórias, lá estão eles numa prateleira já sem pó. Uns são novos, outros eram da mãe e da tia e, claro, não podia faltar o que a avó escreveu, e que a Cristina Pinto ilustrou, e lhe dedicou.
Ora, quando faço estas arrumações e olho com mais atenção, tenho vontade de ler os livros de Sophia, de Matilde Rosa Araújo, de António Mota... e de escritores jovens que escrevem tão bem para crianças, como é o caso de Valter Hugo Mãe e de tantos outros.
Este meu gosto vem, com certeza, do nascimento da minha neta e talvez tenha a ver também com a tal criança que - dizem - existe dentro de nós.
É pena que essa existência não facilite a vinda da minha neta, após tanto tempo de ausência.
Mas, pelo sim, pelo não, é melhor não perder esse sentimento.
De outro modo, seria mais maldita esta maldita pandemia!