Num dia dos que há pouco passei em Londres, encontrei-me com uma amiga que tem também um filho a viver em Inglaterra. Combinámos encontrar-nos em Covent Garden. Seria uma boa oportunidade para conversarmos e tomarmos um café.
Pois bem, cheguei um pouco mais cedo do que a hora marcada. Olha daqui, olha dali, entrei no mercado, parei diante de uma igreja que anunciava boas ações que a época natalícia vai inspirando, reparei nas esplanadas onde as pessoas pareciam tranquilas e felizes sob o sol daquele dia e, depois, como não sabia de que lado a minha amiga viria, fui ficando em frente ao mercado, onde havia grandes e vistosos enfeites de Natal.
E fui reparando nas poses das pessoas para selfies ou para fotos tiradas por outrem, a puxar sorrisos, abraços, mãos dadas, olhares mais ternos; a arranjar o cabelo, o cachecol porque o dia estava frio, a endireitar as costas, etc.
Nisto, vejo uma mulher ainda jovem acompanhada de dois pequenos cães e a colocá-los no lugar onde mais adereços natalícios havia para os fotografar. Ela trazia um saquinho de biscoitos que lhes ia dando para que não se mexessem e fizessem pose como ela pretendia. Ajeitava daqui, ajeitava dali, punha as patinhas bem alinhadinhas, etc.
Tenho pena de não ter sido ainda mais rápida a registar a imagem, mas, mesmo assim, ainda fixei os fotografados (ou fotografadas, não sei), com faixas vermelhas natalícias, num intervalo curto entre a pose e o prémio de um biscoito.
Depois, a jovem mulher afastou-se, porque havia mais gente a disputar o cenário. Ela diria, com certeza, que os seus acompanhantes também eram gente. Ou seria uma forma de ela também se sentir assim ou de encontrar um prémio, seja ele qual for, que nenhum humano dispensa.