terça-feira, 30 de outubro de 2018

Os Azeitonas - Anda comigo ver os aviões

TAP - Tempo Abundantemente Perdido

A viagem que terminou antes de começar

Andava entusiasmada pela ideia de ir a Madrid para revistar o Museu do Prado, onde não vou há anos.
Por estes dias seria possível. Uma das filhas ia lá em trabalho, poderia acompanhá-la e olhar, devagar, pinturas como as de Velàzquez.

A atividade começaria às oito da manhã de segunda-feira e, por isso, comprámos o bilhete de avião para as 20.20 de domingo, dia 28 de outubro. O regresso seria na manhã de terça-feira, dia 30.
Quando entrámos no aeroporto, o placard indicava que havia atraso no voo.
Já na porta de embarque, esperámos, tal como todos os passageiros, na sua maioria espanhóis.
Ao balcão, estava uma funcionária a quem as pessoas iam perguntando para quando estava prevista a partida. Tinha havido uma avaria no radar em Lisboa que tinha condicionado o tráfego aéreo. Nada mais sabia. Não tinha mais informações. Logo que tivesse mais notícias, diria. Tínhamos de aguardar.

Umas quatro longas horas foram passando, durante as quais, a funcionária foi substituída por outro colega e este por outra. Todos muito jovens. Todos com a mesma resposta. Teríamos de aguardar.
No pequeno placard da porta, neste caso 6, apareceu que às 23 h haveria nova informação. Esperámos.

Chegou pelas 23.30, pela voz da jovem funcionária: o voo para Madrid, previsto para as 20.20, foi cancelado.
Burburinho. Irritação. Porquê tanta espera? Por que não vinha um responsável dar uma justificação?
Daí a uns minutos, formava-se uma grande fila, no piso 3, para as reclamações, tal como foi indicado pela funcionária.
Pelas duas da manhã, após mais de duas horas na fila, tínhamos lugar num outro avião que partiria às 7.45.
Tal como os outros passageiros, fomos conduzidas até um hotel nas imediações do aeroporto. Teríamos de regressar pelas 6 da manhã. Nada mau. Podíamos dormir umas 3 h.
Ainda o dia era noite, chegámos ao aeroporto. Em breve, a minha filha poderia participar de uma parte da sessão de trabalho e eu estaria próxima das pinturas de Velàzquez.

Olhámos para o placard. O voo estava atrasado. Às 9 h, haveria nova informação.
Mesmo assim, descemos. De novo até à porta 6.
Havia muitos passageiros: uns sentados, outros de pé, outros a interrogar a funcionária sobre a hora certa da partida. 
Ela, tal como os colegas do dia anterior, nada sabia, nada podia afirmar, nada podia garantir sobre a hora do voo. A única informação que tinha era que havia um problema técnico no avião.
Uns minutos depois, informa ao microfone que o voo estava cancelado e que os passageiros deveriam dirigir-se ao piso 3 para efetuarem as suas reclamações.

E tudo se repetiu como na noite anterior, passando, desta vez, ainda mais tempo na fila.
Uma possibilidade seria remarcar a viagem mas noutro dia. Impossível porque o tempo disponível em Madrid era escasso e o principal - que era o trabalho da minha filha - já se havia perdido.
Assim, voltámos a casa, depois de uma viagem que terminou antes de começar.

Mas, logo que tenha possibilidades, quero ir ao museu do Prado.
A viagem é curta e prefiro o avião, mas a TAP, enquanto me lembrar das doze horas em modo de espera e de dúvida, sei que não escolherei.


As meninas de Velàzquez

domingo, 28 de outubro de 2018

Cálice ou Cale-se? Chico Buarque & Milton Nascimento.

Também haverá flores

Fotos de Londres

Nos últimos dias, sempre que posso, tenho percorrido as páginas deste meu blogue, para compilar imagens e pequenos excertos para um trabalho que estou a realizar.

Só hoje entrei nos posts de 2017. E eu, que sou muito crítica de mim mesma, gostei de muitas das pequenas coisas que vi e que vou partilhando com muito gosto, tornando tão bons tantos momentos dos meus dias. 

E uma forte razão para esse contentamento são, para além do prazer da escrita e da leitura, as visualizações, alguns ecos que vou tendo, alguns comentários que vou recebendo.

Oxalá que o tal projeto que estou a realizar possa ter interesse e agradar.

Um dia, falarei dele mais em pormenor.

sábado, 27 de outubro de 2018

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

E o jardim parece mais distante


Sentou-se no sofá habitual. À sua volta, o burburinho habitual.
Precisa de alguma coisa? Já viu que dia bonito está hoje? Vou já pôr as gotas. Daqui a bocadinho, vamos ao jardim e vai ver que as pernas nem doem tanto. Está calor? Olhe que a partir de agora vai estar mais fresquinho. Eu já vou aí apanhar o novelo que caiu. Está bem bonita a sua renda. Ninguém a quer? Vai ver como fica bem naquela mesa. Só um bocadinho, eu ajeito já a almofada. Levante a cabecinha, porque não quero vê-lo sempre a olhar para o chão. Não gosta deste programa de televisão porque só conta tristezas? Pois, mas também dá coisas giras.
Quando formos passear um bocadinho, pode contar como conheceu o amor da sua vida. Está a ver, teve essa felicidade. Olhe que nem toda a gente se pode gabar disso. Pronto, está tudo em ordem. Se quiserem alguma coisa, chamem. Eu volto já já. Não, não, não demoro nada.

Afinal, o passeio ao jardim ficou adiado. A televisão continua em gritaria a pedir que telefonem para um número que parece tortura de tão repetido.
E o jardim do amor fica mais distante.

Tina Vallès - vale a pena ler


Tinha visto há tempos uma referência muito elogiosa sobre este livro, no Expresso Curto. 
Ontem, comprei-o e logo li algumas páginas. É um romance construído de textos curtos e poéticos onde se respira carinhosa humanidade.
Como se deduz pela capa, um adulto, o avô, e uma criança, o neto, assumem papel principal.
A autora, Tina Vallès, é jovem e natural de Barcelona.
Em breve, direi mais alguma coisa sobre o livro. 
Será que todas as páginas me vão encantar tanto como as primeiras?

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

"Como de água para a boca"


 Às vezes, dou comigo a pensar na transformação provocada por uma pessoa ou por um pequeno número de pessoas. Para o bem e para o mal.
E isto passa-se desde o espaço doméstico ao governo de um país ou no contexto mundial. O papel de uma pessoa pode modificar o ambiente de uma casa ou de uma família, abrindo-a à alegria, ao amor, à atenção solidária ou criando solidões, queixumes, desconfianças e bodes expiatórios.
O mesmo se passa em muitas instituições e empresas. Muitas vezes, os dirigentes, sobretudo quando estão no cargo demasiado tempo, passam a dizer "eu" - eu fiz, eu faço, eu farei... O que está subjacente é o aviso de que "eu quero, posso e mando", revelador da intenção de se engrandecer individualmente e menorizar o trabalho dos outros, sobretudo daqueles com quem não se cria empatia por divergências diversas. 
Ora, se assim for, diminui o estímulo à melhoria constante a nível humano e profissional, sendo ampliado o egocentrismo, o amiguismo e o mau ambiente.
A nível da governação mais alargada, acontece o  mesmo. Há figuras, como o Presidente da República, que podem impulsionar o país, levando-o a acreditar nas suas potencialidades e a fazer cada vez mais e melhor ou, pelo contrário, a cerrar o rosto e a sentir o vazio da incomunicação e da medrosa mesquinhez.
Pela positiva é, sem dúvida, o caso de Marcelo Rebelo de Sousa (às vezes, pecando por excesso); pela negativa, surge(-me) logo Aníbal Cavaco Silva - tantas vezes pecando pelos defeitos que sempre explicitou como virtudes.
A nível internacional, o cenário não é nada melhor, proliferando fontes de mentira, desrespeito e corrupção.
O país e o mundo precisam cada vez mais de bons exemplos!
Como de água para a boca.


terça-feira, 23 de outubro de 2018

Se eu sabia, tinha escolhido outro título!!!!



Depois de muito pensar e de alterar, acabei por escolher o título A velha Casa e outros dias para o meu livro que publiquei em junho na Editora Lugar da Palavra.
Como é um diário (com realidade mas também ficção), havendo muitos dias passados numa velha casa e histórias de muitos mais, acabei por escolher este título que achei assentar bem.

Vejo agora que o último livro de Cavaco Silva tem também "outros dias" no título. E se o político, que sempre disse não ser político, mas que é sobretudo político, fosse da minha predileção, ficaria até contente. Como não é, tenho pena. 

Há dias assim!


sábado, 20 de outubro de 2018

E às vezes dizemos que "são todos iguais"!

Não, não estou a falar dos políticos, mas de alguém que emigrou há dois anos, após a morte da mãe. O pai trabalhava em França e arranjou-lhe trabalho na construção civil, mas que se arranjasse sozinho a partir daí.
Quando pôde, veio passar uns dias de férias em casa de uma tia que, após ficar desempregada, andava sempre deprimida e encharcada de medicamentos.
Ele interrogava-se se valia a pena ter vindo porque a tia dormia de dia e vagueava pela casa de noite, continuando sozinho.
Um dia, foi à procura de amigos, mas não os encontrou. Chegou a casa, a tia estava acordada e começou-lhe a falar da morte da mãe e dos defeitos do pai até adormecer, com os olhos meio abertos. O rapaz foi ao frigorífico, bebeu toda a cerveja que havia, pôs-se a falar muito alto, acordou os vizinhos que vieram ver o que se passava e se era preciso alguma coisa.
O rapaz, que tinha acabado de fazer dezoito anos, chorava e dizia que só precisava de amor.

Sara Tavares - Coisas (simples e) bonitas!

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Os amigos e certas canções vêm sempre no tempo certo!



O Vítor Oliveira (blogue http://carruagem23.blogspot.com/2018/10/mau-comeco.html),

num comentário ao meu post após a morte de Charles Aznavour, sugeriu também:

"Tous les visages de l'amour" (ou a mais conhecida 'She') -
Cantigas para o mundo e para a eternidade.


Obrigada, Vítor! Que bom termos bons amigos e belas canções!


Aznavour - tous les visages de l'amour - SHE 1975

Charles Aznavour - She 1977

Resende - no Porto e em Gondomar (para além de tantos outros lugares)


De vez em quando, visito a Fundação Júlio Resende, em Gramido, Gondomar.
Vale a pena lá ir. Para além de a Fundação promover muitas iniciativas, há sempre uma exposição de trabalhos do Mestre Júlio Resende e outra temporária de diferentes autores.
E há luz e há silêncio e há música de fundo a tocar suave e há simpatia na receção e há um cafezinho no bar e há objetos à venda com desenhos do pintor...

Fica muito perto do rio, de várias esplanadas, de um passadiço muito agradável onde se pode queimar calorias e mergulhar os olhos na paisagem.

Um dia, há alguns anos, visitei com alunos a Fundação Júlio Resende. Tal como fazia com frequência, o Mestre veio receber-nos falando com tal simpatia e sentido da Vida que, julgo, não terá sido em vão.
Pena é que muitos Gondomarenses não conheçam a Fundação Júlio Resende. 
Às vezes, estas coisas demoram.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Eu incluiria as pessoas!


Postal enviado pelo Clube das Histórias

sábado, 13 de outubro de 2018

Lar (pouco) doce lar!

Ouvi, há poucos dias, este diálogo/monólogo.  
Foi num pequeno café. 

- A sopa soube-me bem. Estava bem feitinha. Foi feita com amor, de certeza. A cozinheira do lar devia fazer formação. É deslavada a sopa dela. Desconfio que acrescenta água para a fazer render. 

Ontem, quando soube que ia ser bacalhau com natas, fiquei toda contente, mas quando o vi, perdi o apetite. As natas pareciam cruas de tão esbranquiçadas. Resolvi dizer que não me apetecia para não parecer esquisita e ser criticada.

Sabe como é!!! E muitas vezes fico farta de ouvir queixumes dos meus companheiros. Tudo é triste, tudo está mal, tudo dói...

Sim, pelo que vejo, estou muito bem. 

Não pareço que tenho 94 anos? Olhe que já os fiz. E ainda faço renda. Agora ando a consertar uma toalha do lar. Parecia roída dos ratos.

Mas tenho uma companheira que tem razão em queixar-se. Levaram-na para lá ao engano. Disseram-lhe que era só um fim de semana e nunca mais lá foram. Não se faz. Merecia que lhe fizessem o mesmo.

É assim. E não gosto de problemas. Passo muito tempo sozinha no meu quarto. Gosto de ouvir música e ver concursos com perguntas de cultura geral. A ver se ainda me lembro.

Sou muito feliz por ser autónoma. Poupei sempre ao longo da minha vida pra não ser pesada aos filhos.

O lar tem um jardim. Não é muito grande, mas tem flores e duas árvores bonitas.

Vou lá todos os dias. Às vezes, apanho uma flor e ponho-a na jarrinha do meu quarto.

Na minha casa, sempre tive flores nos canteiros.

Cheguei a dizer ao meu filho que gostava de levar um para o lar. Podia tratar dele e estava entretida. Não respondeu e fiquei sem saber se me ouviu.

Vou telefonar ao meu neto mais novo se me quer ir visitar.  Há tanto tempo que não os vejo.

Fez-me tão bem ter saído hoje por um bocadinho. 


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Sim, concordo!

Enviado por MM   www.faroldasletras.pt
E acrescenta: 
"Este quadro devia estar à entrada de todas as escolas!"

Outono - ontem, antes da (boa) chuva de hoje!


terça-feira, 9 de outubro de 2018

Autumn Leaves - Yenne Lee

domingo, 7 de outubro de 2018

Carlos Gardel - "Volver" - sempre de volta

Estrella morente - Volver

Viajar pela imagem de viajante


Perito Moreno - Argentina

Torres de Paine - Chile
Obrigada, F, pelas belas fotos. Desfruta da bela Natureza.







Há tempos, li este livro que conta histórias
muito interessantes de gentes e lugares da Patagónia.
Vale a pena ler e ver.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Nobel da Paz 2018 - Contra a violência sexual



Denis Mukwege e Nadia Murad foram vencedores do Nobel 2018
Foto: Vincent Kessler e Lucas Jackson/Arquivo Reuters
 
"A ex-escrava sexual do grupo extremista Estado Islâmico Nadia Murad e o médico ginecologista Denis Mukwege ganharam o Prêmio Nobel da Paz 2018 por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra e conflito armado. O anúncio dos vencedores foi feito na manhã desta sexta-feira (5), em Oslo, na Noruega.
Denis Mukwege, de 63 anos, passou grande parte de sua vida adulta ajudando as vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo, na África, e lutando por seus direitos. Ele e sua equipe trataram cerca de 30 mil vítimas desses ataques, desenvolvendo grande experiência no tratamento de lesões sexuais graves."
In https://www.geledes.org.br/nobel-da-paz-2018-vai-para-ativistas-que-lutam-contra-violencia-sexual/



Em dia em que a Educação sai mais à rua!


 Ontem, recuperei um texto de 2011, hoje, partilho outro texto de 2013.
Prefiro, sem dúvida, posts sem azedume, mas se até a amêndoa amarga é natural!!

Oxalá os problemas atuais ligados sobretudo
 à contagem do tempo de serviço docente se resolvam quanto antes, 
porque é nocivo tanto cansaço em Educação.



Dr MST, are you a clown?

Dr MST, leio, habitualmente, as suas crónicas no Expresso. A minha opinião em nada lhe poderá interessar, mas, mesmo assim, quero dizer-lhe que aprecio as suas crónicas e os seus comentários na televisão. Também li dois dos seus livros: Equador e No teu deserto. Gostei muito.

No que diz respeito aos professores, acho que você (desculpe não dizer DR, mas você utiliza muito esta forma de tratamento e se a usa é porque está correta) deve ter um problema muito mal resolvido. Claro que todos têm coisas mal resolvidas, mas quando digo “todos” refiro-me aos comuns mortais, coisa demasiado pequenina para quem tão grande ego tem.

Na crónica “Os novos tempos”, do Expresso de 15 de junho 2013, você elogia a sua professora primária, a D. Constança, e boas razões tem para tal:

“Éramos uns 80 alunos, da 1ª à 4ª classe, todos juntos na mesma e única sala de aula da escola”;

“A escola não tinha um vigilante, um porteiro, uma secretária administrativa. Ninguém mais do que a D. Constança…”

E não era preguiçosa nem mariquinhas:

“Se porventura adoecesse, ou se na aldeia houvesse, que não havia, um médico disposto a passar-lhe uma baixa psicológica ou outra qualquer quando não lhe apetecesse ir trabalhar, as 80 crianças da aldeia em idade escolar ficavam sem escola”.

Dr MST, não duvido das suas palavras, mas estariam realmente as 80 crianças na mesma sala? Ou então eram todas tão magrinhas, devido à miséria da época, que ocupavam pouco espaço. Não me diga que você tinha um lugar melhor, como acontecia nesse tempo! Se assim foi, então não vale!

Não duvido de nenhuma palavra sua, nem mesmo quando confundiu filatelia com filantropia, num dos comentários da SIC. Nem sei até se dessa vez os editores foram logo a correr mudar os dicionários, porque da sua boca e da sua mão só saem verdades.

Peço-lhe desculpa de voltar atrás, mas, se calhar, a história dos 80 alunos na mesma sala não foi bem assim. Quem sou eu para não acreditar, mas você, na mesma coluna do jornal também diz:  “não me lembro se tinha ou não casas de banho, mas sei que não tinha qualquer espécie de aquecimento contra o frio granítico, de Novembro a Março…”

Se não se lembra de umas coisas também pode esquecer ou confundir outras, não acha? Quanto ao frio, realmente não havia necessidade de aquecimento. Então, com 80 crianças todas juntas numa sala há lá frio que resista? A menos que os meninos faltassem à escola ou fossem trabalhar para os campos, como também era frequente.

Não sei se o Ministério vai até aproveitar a sua ideia e pôr 80 alunos por sala. A poupança será colossal. E se os professores disserem que não aguentam e as salas também não, você dirá do seu pedestal ou a conduzir o seu jeep rumo a exótico destino: “Ai aguentam, aguentam”! E você tem a prova: a D. Constança aguentou.

Mas confesso que sinto uma certa ternura pela D. Constança. E sabe porquê? Porque ainda há muitas donas constanças, no masculino e no feminino, que você não conhece, porque vai quando quer para o Deserto e nem se apercebe que há muitos oásis dos quais ninguém fala nem escreve.

Gostava de o ver com trinta e tal alunos (não digo 80 porque não sou vingativa como parece estar na moda) numa sala de aula. E olhe que eu sempre me dediquei aos meus alunos!

Sobre a greve aos exames, você recomenda aos professores: “… tenham pudor”. E como explica sempre tudo muito bem, cumpre a regra de juntar exemplos aos argumentos: “um cirurgião não resolve entrar em greve quando recebe um doente já anestesiado”…

Mais uma vez, você confundiu ou então estava com pressa e nervoso por não poder fumar um cigarro e comparou alhos com bugalhos para despachar. Tenha pudor, digo eu. Não tome a árvore pela floresta, nem um pedaço de areia por todo o deserto.

      Quando assim é, você parece um clown, a sad clown.


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O Dunas


Hoje, dia em que se fala muito dos animais, e ainda bem,
partilho de novo um texto que publiquei aqui, em 2011.
É sobre o Dunas, um cão que viveu connosco mais de uma dezena de anos
e que deixou muitas saudades.

Há dias escrevi um pequeno texto sobre o Dunas, o nosso velho cão labrador. Dei-lhe o título: “Tal como eu”. Se o escrevesse hoje, infelizmente teria de pôr os verbos no passado. O Dunas partiu numa noite sem luar no início deste mês de Agosto.
Ficou(-me) a sua alegria segura e serena quando abanava a cauda bebendo água, vendo a comida, recebendo festas, tendo companhia, entrando no carro para ir passear...
O seu nome foi escolhido porque o pelo fazia lembrar dunas claras e macias. No verão, em Mindelo, gostava de correr na praia e subir as dunas. Sempre a abanar a cauda, sabia entregar-se - com certeza como qualquer cão - a momentos de felicidade simples e livre.
Quando era mais novo e estragava qualquer coisa, mostrava um olhar de arrependimento, baixando a cabeça e parecendo pedir desculpa. Era inteligente se é inteligência compreender os seres humanos e saber adaptar-se a eles.
Dava mais do que pedia. Sempre disponível e à espera que os donos chegassem. Entrando em casa, deitava-se na carpete da entrada, suspirava tranquilo e adormecia.
Perante a sua placidez, dizíamos muitas vezes: “meu bom cão”. Parecia não querer incomodar, apesar de gostar de conviver. Não sei se foi coincidência ou não, mas foi breve o tempo que antecedeu a partida.
Ao texto anterior sobre o Dunas dei o título “Tal como eu”. Corrijo agora: “ Melhor do que eu”.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Em Dia de (cada vez mais necessária) Não Violência



"Não quero que minha casa seja cercada por muros de todos os lados e que as minhas janelas esteja tapadas. Quero que as culturas de todos os povos andem pela minha casa com o máximo de liberdade possível."

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Charles Aznavour - Adieu?


Charles Aznavour - La Mama

Charles Aznavour - Que c´est triste Venise

João Gil e Ana Mesquita - A música também é imagem

No Dia Mundial da Música


A música das estrelas


As estrelas também cantam
Cantam uma canção de embalar
sobre uma estrela que caiu
no fundo do mar


Melhor lugar não há
para ouvir essa canção
do que deitado na relva
numa noite de Verão

Jorge Sousa Braga 


 Enviado pelo Clube das Histórias

 clubecontadores@gmail.com