domingo, 9 de janeiro de 2022

Vulgaridades

 

Depois de bastantes semanas de tempo apressadamente contado, hoje, finalmente, podia ter uma tarde de domingo quase  só para mim.

O dia acordou cinzento e baço. A chuva miúda quase nunca parou até agora. Como um orvalho espesso e persistente que molhava tudo e todos. 

Já não sou de sair muito, mas com este tempo e com a bicharada que anda no ar que também respiramos, era mesmo de ficar em casa.

 Podia ler porque não o faço há tempos. Podia ver o Expresso desta semana. Para além de outras temas, estou curiosa de ler a crónica de RAP, tão publicitada e anunciada. Podia fazer tanta coisa, mas... fui passar a ferro. 

Apetecia-me reduzir o monte de lençóis e toalhas, alisando-os, dobrando-os, separando-os para mais facilmente voltarem para as respetivas gavetas. Às vezes, organizar os espaços ou reduzir o amontoado de coisas domésticas por fazer também me arruma a mente. 

Liguei o ferro. E, enquanto aquecia, liguei o rádio também, pensando nas minhas vulgaridades.

Se fosse mais intelectual ou sofisticada, não passaria uma boa parte de tarde de domingo mais livre e sossegado, ainda que húmido, a passar roupa a ferro, fazendo-o por opção e com gosto.

Ah, ia ouvindo rádio, na antena 2. Com boa dicção e pausadamente, falavam de Jean-Baptiste Poquelin, o ilustre dramaturgo Molière (Paris, 1622/1673). Se não optasse por passar a ferro, se calhar não tinha ouvido falar das suas peças mais conhecidas, como 'O doente imaginário' (Le malade imaginaire), 'O avarento' (L'avare), etc. E da sua vida que terminou no palco, enquanto representava, precisamente, 'Le malade imaginaire'.

Ser comum ser humano tem as suas vantagens, mas ter bons programas de rádio por perto também. Seja ele domingo ou outro dia da semana.

 

8 comentários:

  1. Um Vício que se vai perdendo, e o rádio tem bons conteúdos. Gosto de passar a ferro quando está a chover!:))
    -
    O Pôr do sol na mais pura
    sedução

    -
    Beijos. Bom Domingo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E há programas de rádio muito bons com os quais aprendemos muito a vário níveis.
      Eu acho que me apeteceu passar a ferro sobretudo para ver as coisas mais organizadas.
      Um beijinho, Cidália.

      Eliminar
  2. Boa tarde
    Um caso muito raro o de ouvir bons programas de rádio pois também infelizmente não há muitos ouvintes.
    Estou a falar claro de programas com música clássica.

    JR

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu oiço pouco rádio. Oiço mais quando vou de carro ou em tardes de fim de semana mais sossegadas.
      A antena 2, por exemplo, para além da música clássica, aborda muitos temas culturais de muito interesse. Às vezes dizem-me mais as conversas que lá se ouvem do que a própria música.
      Sempre que posso, uns minutos antes das 8 da manhã, oiço o portugalex, na antena 1. Às vezes, têm muita piada.
      Com ou sem rádio, que a tarde lhe esteja a tocar bem.

      Eliminar
  3. Bom, não sou intelectual e passar a ferro nunca me apetece, é tarefa que, se faço, é mera obrigação e necessidade. Passar a ferro desarruma-me toda. Mas concordo, a rádio ajuda o tempo a passar. Costumo ouvir rádio enquanto faço tricot. Ou oiço algum programa de entrevistas e/ou conversa no portátil.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também prefiro ver a roupa passada do que passar eu a ferro, mas ver as coisas mais ordenadas também me arruma a mente. E ouvir um programa de rádio que me agrada muito até dá flores à alma. O mesmo acontece quando vou a conduzir e, sem contar, oiço músicas ou entrevistas que me fazem voar, mesmo conduzindo devagar, é claro.
      Boa noite, Bea.

      Eliminar
  4. Sem dúvida alguma.
    Abraço, saúde, boa semana, bom ano

    ResponderEliminar