8 de
novembro de 2012
Querido diário,
Hoje, quero
escrever-te, embora não tenha nada de especial para te contar. Eu também acho
que há poucas coisas especiais no nosso dia a dia, mas há algumas que são importantes, mesmo sem serem muito importantes. Estou a repetir, mas acho que percebes bem.
Hoje, de manhã,
aconteceu uma cena na escola que até provocou atrasos a algumas aulas. Nesta semana,
está a haver a campanha para a Associação de Estudantes e as listas convidaram
pessoas da Casa dos Segredos. Eu, por acaso, não ligo muito,
porque um dia vi o programa na televisão e eles estavam todos aos berros uns com os outros e preferi ver um filme muito mais fixe.
No intervalo,
logo a seguir à chegada do Fernando da Casa dos Segredos, foi uma barafunda.
Toda a gente queria vê-lo de perto. Na aula a seguir, a Zé, a Vanessa e a Vânia
nunca mais paravam de falar dele. Só diziam: ai, ele é tão bonito! A setora,
então, disse assim: ó meninas, deixem lá de falar da criatura e vamos ao
trabalho. Deve ser uma beleza, não haja dúvida! Uma delas, então, disse logo: “ó
setora, se estivesse lá, queria ver se não ia logo para a fila da frente”. quem ouviu começou a rir-se e a professora também se riu. Depois, fizemos a composição.
Apesar de a
escola estar altamente por causa das eleições para a associação de estudantes,
o Gi anda meio esquisito. Esta semana, aprendi a palavra "abulia" e acho que
deve ser isso que ele anda a sentir. Diz que anda sem vontade, que gosta de ir
à escola só porque eu estou lá, que não lhe apetece estudar e que está sempre
calado nas aulas porque está mortinho mas é para ir para casa. Eu tenho outros
colegas assim. Será da crise de que a gente está sempre a ouvir falar? Se calhar, é.
Como vai haver o concurso de contos sobre a palavra Amor, eu disse-lhe que tínhamos de começar a escrever a história. Eu acho que ele ficou mais animado e, por acaso, até já tive uma ideia. E acho que o Gi também, porque, de repente, piscou-me o olho. E ainda ficou mais bonito. Qual Fernando, qual carapuça!
Muitos
abracinhos, querido diário
Mariana
Ai, Mariana!
ResponderEliminarEu tenho mesmo que conhecer o teu Gi! Se ele é melhor do que o tal Fernando, eu cá não sei, porque não vejo a tal casa dos segredos.
Mas acho que ele deve ser de mais!
Tu nunca perdes uma oportunidade para falar dele.
Vão fazer os dois uma história sobre a palavra amor?! Isso deve ser bué de romântico. assim estilo Alencar, que é aquele fugurão sempre de negro, que se passeia em Sintra com Carlos e Crujes...
Tu desculpa este meu excesso de "coltura", mas ando a ler Os Maias que, afinal, não é assim tão seca como dizem!
bjinhos da tua prima
Za
Olá, prima Za!
ResponderEliminarQue bom ter respondido! E sempre bem disposta. Que fixe. O Gi, se calhar, é como muitos rapazes que andam na escola, mas para mim é especial e eu acho isso uma cena altamente.
Vamos,vamos escrever um texto sobre a palavra Amor. Vamos lá ver o que sai. Eu tenho umas ideias, o Gi tem outras, vamos lá ver se encaixam. Espero que não haja chatice´porque ele às vezes é um bocado teimoso e isso chateia-me.
Já escreveu o seu? Deve ser de arrasar!
Eu também ando a ler Os Maias. Aquela descrição no início nunca mais acabava. Agora até estou a achar fixe (a minha setora de Português está sempre a dizer: meninos, que palavra podem utilizar em vez dessa, num registo mais cuidado?!. Aqui até posso repeti-la porque estou à vontade, não acha?
Um abracinho
Mariana
Mariana,
ResponderEliminartu presta bem atenção a essa descrição inicial! Aquele jardim restaurado e a estátua da Vénus Citireia com o fino fio de água a correr vão ser símbolos muitos importantes!
Ai vão, vão!
Caso para dizer que, na escrita, Eça não dava "ponto sem nó"!
"Tá no ir"!
Cool.