sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Diane Fumat

Quando voltares, põe na tua voz
aquela flor azul que te ofereci.
Talvez, assim, eu julgue reencontrar-te
e os olhos se encham, outra vez.
*
Ainda tens no gesto aquele susto
que se enrolava todo nos meus dedos
e punha à nossa volta
um colar de silêncio ardendo.
*
Tudo mudou, bem sei. Naquela tília
o outono já começou;
e nas tuas palavras
algumas folhas devem ter caído.
*
Mas, se voltares, põe a flor azul,
põe o passado no gesto e na voz.
Talvez assim eu julgue reencontrar-te
e os olhos se encham. É tão fácil!
António Cabral


Este foi um dos poemas que IA enviou a um grupo de amigos. 
A imagem também.
Chegaram no "postal de fim de semana".
Belíssimo poema este. Para ler devagar do princípio ao fim.
Assim, "É tão fácil"!  

Sem comentários:

Enviar um comentário