Hoje tive de revisitar álbuns antigos de fotografias. Há
imagens para as quais nem consigo olhar longamente. Ou porque trazem
culpabilidades maternais (mesmo que corra tudo bem, julgo que esse sentimento é
recorrente), ou porque me atiram aos olhos a irreversibilidade do tempo, ou
porque me mostram pessoas amadas que partiram para sempre…
Por outro lado, também me mostram imagens de uma
formosura que o espelho do tempo, que se diz presente, nunca parece evidenciar.
Afinal – apetece dizer – eu não estava nada mal nesse tempo.
E uma esperança fica: que daqui a uns anos, possa dizer o
mesmo.
O melhor é tentar, com o calor da crença no futuro, ficar
bem na(s) fotografia(s). Para que, ao vê-las, não pareçam fotografrias.
Sem comentários:
Enviar um comentário