sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Será da chuva ou ainda fingimento?

 

Hoje, em dia bastante invernoso, as televisões passaram imagens de Ricardo Salgado a chegar a tribunal, onde irá ser ouvido (Será?). Vinha com a mulher e os advogados. Caminhando devagar, quase arrastava os pés.

Há dias, a mulher do ex-banqueiro dizia que ele já não é nada do que era e que se tornou num filho de que é cuidadora.

Claro que alegava ao estado de saúde do marido, mas a imensidão de pessoas que foram enganadas e lesadas poderão interpretar que já não é o que era, porque seria impossível continuar a enganar ao ritmo em que era considerado 'o dono disto tudo'. E, depois de tantos desvios, roubos e lucros em proveito próprio, é lícito que se pense que no estado físico atual também pode caber fingimento.

Pelo que se sabe, já foram feitas perícias médicas, embora não inteiramente conclusivas.

Para além da complexidade dos casos e das teias maquiavélicas que alguns seres (des)humanos tecem, a justiça continua a ser demasiado demorada. E os advogados destes ditos megaprocessos - quase sempre os mesmos e que devem ser pagos a peso de ouro - têm tempo de sobra, pelo seu traquejo, artimanhas e perspicácia, para arranjar argumentos de modo a que os seus clientes e grandes culpados nunca cheguem a ser verdadeiramente culpados.

Pode dizer-se que vem um dia em que já ninguém acredita nessas pessoas, e que arrastam os pés como qualquer ser mortal, mas, até aí, a árvore de que se apropriaram já ficou sem fruto.

 

6 comentários:

  1. Exaustivamente desinformando. A comunicação dita social que temos.
    Cumprimentos

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    1. Cada vez é mais difícil acreditar se o que se vê é informação ou desinformação.
      Bom fim de semana

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  2. Todas as moedas têm duas faces! Longe de mim ' branquear' as culpas de Ricardo E.S. , se acaso for mesmo, mesmo, culpado.
    Agora, as pessoas que lá depositaram as suas poupanças na mira de obter altos juros, não foram coagidas a isso. Todos perderam e só um ganhou...o Sócrates!!
    E que tal pensarmos um pouco nessa tal troca de favores entre o dito senhor e o então PM, José Sócrates? Esse, que não tinha família que o prendesse a Portugal, depois de estar um ano na cadeia, raspou-se para o estrangeiro e deixou o/s outro/s com a batata quente na mão. Cada vez mais arrogante, não há mal que lhe pegue.
    Um dia ainda vai processar o Estado português por o ter prendido sem culpa formada. En terra de cegos...
    PS- Também vi o que a Dolores viu e acredito que há coisas que não dá para fingir!
    Um abraço, cara Mª Dolores!

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    1. Querida Janita,
      Sim, também concordo que muitas pessoas perderam dinheiro, porque também o queriam ganhar de forma fácil. Mas a teia que se teceu - alegadamente, como agora se diz - foi demasiado tenebrosa e atraiu pessoas que se diziam defensoras da causa pública mas que defendiam, isso sim, a sua conta pessoal.
      E é pena, muita pena, que haja tantos maus exemplos.
      Ontem à noite, vendo as imagens de RS à chegada ao tribunal, senti alguma compaixão pelas pessoas com a sua doença. De facto, reconheço que será até injusto pensar que possa agora haver fingimento na doença, embora os jogos e jogadores que quiseram com ele jogar não possam ser esquecidos. E, como diz a propósito de Sócrates, muitas figuras vão passando por entre os pingos da chuva, fingindo que está tudo bem.
      Tenhamos esperança num país melhor - sem gritos nem balbúrdia.
      Um grande abraço, Janita

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  3. Bom dia
    Por acaso vi as imagens e confesso que o tema me veio à cabeça.

    JR

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    1. Não sei se se refere ao tema da doença ou aos casos pelos quais ele é julgado. Se calhar os dois. É um pau de dois bicos: a compaixão ao ver uma pessoa em perda de capacidades e ao ouvir/ler que muita gente perdeu os seus bens.
      Bom fim de semana

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