Havia uma homem que vivia numa aldeia. Trabalhava de manhã à noite e raramente sorria. Só quando recebia visitas em casa, mas isso era raro. Nesses dias em que vinha algum amigo jogar cartas - quase sempre ao sábado à noite -, parecia um homem diferente: falava, ria, tinha sentido de humor e a casa ficava mais alegre. Os filhos olhavam para ele e, como ainda eram crianças, acreditavam que o pai se tinha transformado e também para eles sorriria.
Porém, quando as pessoas iam embora, voltava a ficar muito sério, as palavras esgotavam-se e todos ficavam mais sós.
Passavam os dias e o homem continuava a trabalhar, a trabalhar, mas sempre de rosto fechado e assim era em casa.
Nos domingos em que havia festa na aldeia, a família vestia a roupa melhor e ia até lá. Enquanto se dirigiam à festa, onde se encontravam com pessoas conhecidas e comiam doces - todos pareciam contentes.
Só que os filhos já tinham aprendido uma coisa: quando regressassem a casa, as palavras do pai ficariam penduradas no cabide do casaco domingueiro. E, por isso, já na festa entristeciam.
Bom dia
ResponderEliminarUm texto com um sentido muito sério do nosso quotidiano.
Excelente.
JR
Obrigada, Joaquim. Uma boa e bem disposta quinta-feira.
ResponderEliminarConheço pessoas assim... o que irá nas suas cabeças para agirem assim. Eu sei que nem sempre é fácil, mas sabe tão bem sorrir! A nós e aos outros que nos rodeiam.
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