Hoje, mandei uma mensagem a anular uma marcação que tinha feito. Preferi ficar em casa, porque não era urgente e a proteção do coronavírus assim o exige, se possível.
Tal como agora é comum fazer-se, ou melhor, como era comum fazer-se, preparava-me para mandar um beijinho no final, atendendo à confiança mútua, mas logo pensei que era melhor escolher outra forma de despedida.
Mas o que poderia ser?
Não pôr nada parecia frio; beijinho, não se pode dar e eu gosto de ligar as palavras aos atos; abraço também não porque temos de manter pelo menos um metro de distância da pessoa com quem falamos.
Lembrei-me então que agora a saudação é feita muitas vezes com o toque dos pés. Porém, não se pode dizer 'pezadas' ou 'pontapés', como se dizia 'beijinhos'. Em presença, pode ser pertinente tocar com os pés do nosso interlocutor e até ter piada, por escrito, podia até não ter piada nenhuma.
Como também se está a adotar o toque com os cotovelos, a forma que me surgiu foi esta: cotovelinhos!!!
Num presente, que se quer com futuro, temos mesmo de mudar. Sem perdermos, se possível, alguma graça para que a desgraça não aumente.
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