Carlos Alberto Santos
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Fernando Pessoa
Nota:
Lembrei-me deste poema da Mensagem de Fernando Pessoa por várias razões.
Uma mais profunda: a situação portuguesa atual tem semelhanças com a descrita.
Outra mais imediata: pelo que julgo saber, no exame de 12º ano de Português, realizado hoje, não saiu nenhuma questão sobre Fernando Pessoa - ortónimo ou heterónimos - apesar de o seu estudo ocupar uma boa parte do ano letivo.
Hoje, sinto-me assim!
ResponderEliminarTalvez por ser vêspera de correção de exames!
Mas, amanhã, quando estiver com as provas na mão, saberei que "é hora!" E espero que os resultados este ano sejam bem melhores do que os do anterior.
bjinhos para a Dolores e para a Mariana!
IA