terça-feira, 26 de junho de 2012

(Em dia de forte calor, vindo do norte de África)

 Tahar Ben Jelloun
Minha pátria é um rosto
um luar essencial
uma fonte de manancial vivo
É uma mão emocionada que guarda o crepúsculo
para pousar sobre os meus ombros
É uma voz de soluço e de riso
um murmúrio para os lábios que tremem
O único horizonte de minha pátria
é uma ternura contida
nos olhos negros
uma lágrima de luz sobre os cílios
É um corpo de tormentos, precioso
como um tufo de raízes
vizinho da terra quente
É um poema
gerado pela ausência
um país por nascer
à margem do tempo e do exílio
depois de um sono profundo.

Tahar ben Jelloun
(nascido em Marrocos, 1944)

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