quarta-feira, 23 de março de 2016
sexta-feira, 18 de março de 2016
LETS CALL THE WHOLE THING OFF ELLA FITZGERALD
"Let's Call The Whole Thing Off"
Things have come to a pretty pass
Our romance is growing flat,
For you like this and the other
While I go for this and that,
Goodness knows what the end will be
Oh I don't know where I'm at
It looks as if we two will never be one
Something must be done:
You say either and I say either,
You say neither and I say neither
Either, either Neither, neither
Let's call the whole thing off.
You like potato and I like potahto
You like tomato and I like tomahto
Potato, potahto, Tomato, tomahto.
Let's call the whole thing off
But oh, if we call the whole thing off
Then we must part
And oh, if we ever part, then that might break my heart
So if you like pyjamas and I like pyjahmas,
I'll wear pyjamas and give up pyajahmas
For we know we need each other so we
Better call the whole thing off
Let's call the whole thing off.
You say laughter and I say larfter
You say after and I say arfter
Laughter, larfter after arfter
Let's call the whole thing off,
You like vanilla and I like vanella
You saspiralla, and I saspirella
Vanilla vanella chocolate strawberry
Let's call the whole thing off
But oh if we call the whole thing of then we must part
And oh, if we ever part, then that might break my heart
So if you go for oysters and I go for ersters
I'll order oysters and cancel the ersters
For we know we need each other so we
Better call the calling off off,
Let's call the whole thing off.
I say father, and you say pater,
I saw mother and you say mater
Pater, mater Uncle, auntie let's call the whole thing off.
I like bananas and you like banahnahs
I say Havana and I get Havahnah
Bananas, banahnahs Havana, Havahnah
Go your way, I'll go mine
So if I go for scallops and you go for lobsters,
So all right no contest we'll order lobster
For we know we need each other so we
Better call the calling off off,
Let's call the whole thing off.
Our romance is growing flat,
For you like this and the other
While I go for this and that,
Goodness knows what the end will be
Oh I don't know where I'm at
It looks as if we two will never be one
Something must be done:
You say either and I say either,
You say neither and I say neither
Either, either Neither, neither
Let's call the whole thing off.
You like potato and I like potahto
You like tomato and I like tomahto
Potato, potahto, Tomato, tomahto.
Let's call the whole thing off
But oh, if we call the whole thing off
Then we must part
And oh, if we ever part, then that might break my heart
So if you like pyjamas and I like pyjahmas,
I'll wear pyjamas and give up pyajahmas
For we know we need each other so we
Better call the whole thing off
Let's call the whole thing off.
You say laughter and I say larfter
You say after and I say arfter
Laughter, larfter after arfter
Let's call the whole thing off,
You like vanilla and I like vanella
You saspiralla, and I saspirella
Vanilla vanella chocolate strawberry
Let's call the whole thing off
But oh if we call the whole thing of then we must part
And oh, if we ever part, then that might break my heart
So if you go for oysters and I go for ersters
I'll order oysters and cancel the ersters
For we know we need each other so we
Better call the calling off off,
Let's call the whole thing off.
I say father, and you say pater,
I saw mother and you say mater
Pater, mater Uncle, auntie let's call the whole thing off.
I like bananas and you like banahnahs
I say Havana and I get Havahnah
Bananas, banahnahs Havana, Havahnah
Go your way, I'll go mine
So if I go for scallops and you go for lobsters,
So all right no contest we'll order lobster
For we know we need each other so we
Better call the calling off off,
Let's call the whole thing off.
G.N.R. - "Pronúncia do Norte"
Pronúncia do Norte
Gnr
Há um prenúncio de morte
Lá do fundo de onde eu venho
Os antigos chamam-lhe renho
Novos ricos são má sorte
É a pronúncia do Norte
Os tontos chamam-lhe torpe
Hemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússula não sei se existe
E o plano talvez aborte
Nem guerra, bairro ou corte
É a pronúncia do Norte
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
Tolheste os ramos onde pousavam
Da Geada as pérolas as fontes secaram
Corre um rio para o mar
E há um prenúncio de morte
E as teias que vidram nas janelas
esperam um barco parecido com elas
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
E É a pronúncia do Norte
Corre um rio para o mar
Gnr
Há um prenúncio de morte
Lá do fundo de onde eu venho
Os antigos chamam-lhe renho
Novos ricos são má sorte
É a pronúncia do Norte
Os tontos chamam-lhe torpe
Hemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússula não sei se existe
E o plano talvez aborte
Nem guerra, bairro ou corte
É a pronúncia do Norte
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
Tolheste os ramos onde pousavam
Da Geada as pérolas as fontes secaram
Corre um rio para o mar
E há um prenúncio de morte
E as teias que vidram nas janelas
esperam um barco parecido com elas
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
E É a pronúncia do Norte
Corre um rio para o mar
quarta-feira, 16 de março de 2016
Saint Patrick's Day
Hoje, na escola, as professoras de Inglês diziam aos colegas:
- Amanhã, não se esqueçam de trazer peças de roupa verde.
Quis saber a razão.
Tinha a ver com o Saint Patrick'Day.
E o trevo de três folhas foi sendo referido.
Amanhã, a escola vai estar pintalgada de verde.
E ver verde talvez ajude a pintar a tão necessária esperança.
"A cor verde está na bandeira da Irlanda. Atualmente as pessoas usam verde no dia 17 de março como símbolo do país e para trazer sorte. Há um costume de pintar as crianças que não estão usando verde, de verde, claro!
Originalmente, a cor associada a São Patrício era azul. Com o passar dos anos a cor verde e sua ligação com o dia de São Patrício aumentou. Fitas verdes e trevos eram usados nas celebrações do dia de São Patrício no século XVII. Na rebelião irlandesa de 1798, na esperança de propagar seus ideais políticos, soldados irlandeses vestiram uniformes verdes no dia 17 de março na esperança de chamar a atenção pública à rebelião. A expressão irlandesa "the wearing of the green" (vestindo o verde), significa usar um trevo ou então outra peça de roupa na cor verde, em referência aos soldados rebeldes"
http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/cultura/holiday_saint_patrick2.php.
Some words
DO not because this day I have grown saturnine
Imagine that lost love, inseparable from my thought
Because I have no other youth, can make me pine;
For how should I forget the wisdom that you brought,
The comfort that you made? Although my wits have gone
On a fantastic ride, my horse's flanks are spurred
By childish memories of an old cross Pollexfen,
And of a Middleton, whose name you never heard,
And of a red-haired Yeats whose looks, although he died
Before my time, seem like a vivid memory.
You heard that labouring man who had served my people. He said
Upon the open road, near to the Sligo quay --
No, no, not said, but cried it out -- 'You have come again,
And surely after twenty years it was time to come.'
I am thinking of a child's vow sworn in vain
Never to leave that valley his fathers called their home.
Imagine that lost love, inseparable from my thought
Because I have no other youth, can make me pine;
For how should I forget the wisdom that you brought,
The comfort that you made? Although my wits have gone
On a fantastic ride, my horse's flanks are spurred
By childish memories of an old cross Pollexfen,
And of a Middleton, whose name you never heard,
And of a red-haired Yeats whose looks, although he died
Before my time, seem like a vivid memory.
You heard that labouring man who had served my people. He said
Upon the open road, near to the Sligo quay --
No, no, not said, but cried it out -- 'You have come again,
And surely after twenty years it was time to come.'
I am thinking of a child's vow sworn in vain
Never to leave that valley his fathers called their home.
(Dublin 1865/1939)
terça-feira, 8 de março de 2016
segunda-feira, 7 de março de 2016
sábado, 5 de março de 2016
Felizmente houve estórias!
(Como foi dito na última página do Diário de Mariana,
a professora da(s) turma(s)
escreve histórias que também partilha com os alunos.
Depois do que Mariana contou,
"Felizmente houve história".
Obrigada, Glória.
Felizmente há momentos muito bons nas nossas escolas.
O que não são é habitualmente conhecidos!)
"Naquele dia a Ana acordou mais animada. Não
era nada de especial mas a sua vida andava tão monótona que qualquer novidade
seria bem-vinda. A professora de Português tinha dito à turma que na aula
seguinte uma colega sua viria falar das estórias que escrevia e do gosto que
tinha pela leitura e pela escrita. Sempre era melhor do que a matéria que
andavam a dar. Uma seca! Uma obra que um senhor com um nome estranho, um tal de
Sttau Monteiro, tinha escrito há muitos anos e que ela nem sabia muito bem do
que tratava. A turma até pediu à professora para mostrar um filme sobre o
livro, para não ter de ler os textos do manual, que
a Ana às vezes não trazia porque era muito pesado. E a
professora estava sempre a ralhar…
Pois é! Vinha uma outra professora
à aula para falar de estórias. E não era de certeza a do tal Sttau Monteiro.
Animou-se.
Chegaram as duas, a professora de Português
e a professora convidada. Muito sorridentes. Pareciam muito amigas. A Ana olhou
a outra professora com atenção. Tinha um ar simpático. Depois de apresentada,
falou do seu gosto pela escrita. Não se considerava uma escritora, mas escrevia
pequenas estórias, muitas delas publicadas num blogue. Havia uma que tinha no
título o nome de uma árvore “ A ameixoeira que não gostava de estar só.” A Ana
lembrou-se de uma tangerineira que havia em casa quando era menina e já secara.
Sentiu saudades do tempo em que passava tardes inteiras a ler à sombra dos seus
ramos acolhedores.
E a professora continuou.
Tinha uma estória publicada num livro sobre o Porto. Um título curioso:
“Domingos Mira Flor”. A turma não sabia o significado de “mira”, houve até quem
confundisse com “mirra”, uma das prendas que os três Reis Magos ofertaram ao
menino Jesus. A professora sorriu e explicou: o conto passava-se no Largo S.
Domingos, no Porto. De uma das varandas desse Largo, o Senhor Domingos mirava
uma professora reformada que vivia numa outra casa que tinha também uma
varanda. Mirar significava olhar, ver com atenção, ficou a Ana a saber!
E a professora foi prosseguindo
neste clima de estórias e leituras. A Ana até leu um dos contos. A professora
pediu, porque já não via muito bem. Leu um que se intitulava “ O livro, o
guarda-chuva e o chocolate”. Tinha algumas palavras difíceis, mas a Ana não se
atrapalhou. Duas delas eram “folhear” e “desfolhar”. Essas ela sabia! A
professora de português já tinha explicado! Dizia muitas vezes: “Folhear, não
desfolhar”!, quando se referia às páginas do manual que tinham de usar.
A Ana olhou para o relógio. Às
vezes pegava no telemóvel, mas naquele momento não se atreveu a fazê-lo.
Parecia falta de educação. Viu que a aula estava quase a acabar. A professora
convidada trazia muitas estórias em pequenos livros para oferecer à turma. Não
as entregou porque não houve tempo. A professora de Português ficou com elas
para as distribuir na aula seguinte. Ainda bem! Ficaria adiado por mais um
pouco o “ Felizmente há luar! , do tal Sttau Monteiro. Felizmente houve
estórias!
Talvez a professora traga um filme…"
Glória Poças
quarta-feira, 2 de março de 2016
O diário de Mariana
Há quanto
tempo!!! Voltei!!!
Querido diário,
Há que tempos não escrevia para te contar novidades!.
Não vale a pena explicar as razões de não escrever
mais vezes. Mais assiduamente, diria a minha professora de Português que diz sempre
que devemos falar e escrever simples mas com correção!!!
Mas foi ela que me levou a escrever esta página.
Foi mesmo giro.
Eu hoje acabei as aulas ao meio-dia. Como ainda era
cedo, fui com o Gi e com a Bea para o polivalente. Estava a chover e lá até nem
estava frio. Foi então que a minha setora de Português passou para ir tomar
café. Viu-me, aproximou-se e disse assim:
- Mariana, queres vir a esta aula do Profissional? Convidei uma
professora para ir lá falar sobre uns pequenos contos que ela escreve de vez em
quando.
Eu, então, disse logo:
- Ó setora, eu vou.
Como sabes, querido diário, também gosto de escrever
pequenas histórias do tipo de "Uma aventura no 11", como uma vez a
setora nos leu de uma aluna dela e que faz parte desta turma. Mesmo fixe. Só é pena falar tanto do
Benfica!!!
O Gi disse logo:
- Já sabia, Mariana, que não ias parar aqui muito
tempo.
E a Bea - que estuda tanto, tanto, tanto que sabe
mesmo as coisas mas miudinhas que saem nos testes -, disse que ia para casa
para aproveitar a tarde.
Boa viagem. Lá por sermos amigos (o Gi é um amigo
especial!) não somos siameses!
Quando cheguei à sala, já lá estavam as duas
setoras. Entrei um bocadinho desconfiada, mas como quem não arrisca não
petisca, sentei-me para ouvir a professora que escreve as tais pequenas
estórias e que é amiga da minha setora de Português há muitos anos. Pelo que percebi, gostam de ler e de escrever. Uma rapariga até disse: ó setora, quando é
que publica as histórias da Ana? Estamos à espera há muito tempo. A outra professora disse logo que também estava à espera.
E foi então que compreendi por que é que ouvi uma vez
a setora de Português dizer para umas colegas: "Os meus meninos". Era esta turma. Eu não fiquei com ciúmes, porque a setora, apesar de ser magrinha e não muito alta, conhece-nos sempre, ensina muito bem e gosta de nos ajudar a todos.
Foi quando a professora convidada disse bom-dia (ou
boa tarde? Já nem sei!), agradeceu o convite e mostrou umas estórias pequeninas
numas folhas A4, em forma de livrinho.
A minha setora é que leu porque é mais nova e vê melhor.
Eu por acaso, tinha achado que, se calhar, ia ser
seca. Nada disso. A turma estava tão atenta e interessada. Eu até acho que
muita gente devia ver pra não estar sempre a dizer que os jovens não ligam nada
e não sei quê.
Quando
contar ao Gi, ele nem vai acreditar. Vai dizer: Tens tanta imaginação, Mariana!
Já sei, tenho de insistir várias vezes!!
Teimoso!!
No final da conversa - de praí uns 45 minutos - ,
a minha setora e os alunos agradeceram à convidada e um rapaz muito simpático desejou-lhe felicidades.
Achei mesmo fixe e acho que a professora também porque parecia muito feliz.
Quando eu ia a sair, ouvi a professora das estórias
a dizer para a minha setora:
- Já ganhei o dia!
E eu também, querido diário, porque estou muito contente
por ter tido vontade de te visitar outra vez.
Um abracinho
Mariana
O livro, o guarda-chuva e e o chocolate
Durante duas semanas, quase não vi a luz do
dia, apenas a espreitava quando Helena
abria a carteira.
Ela anda sempre com um livro e, desta vez,
coube-me a mim acompanhá-la. Só que entrei na vida dela em má altura. Quero
dizer: quando entrei na sua carteira. Como passo a vida às escuras, fechado,
sem quase nada para dar nem receber, oiço conversas de Helena.
- Ando a ler um livro de José Rodrigues
Miguéis. Tem um conto fabuloso.
E, precisamente no momento em que ia
mostrar o livro, a campainha tocou e Helena foi para a aula, porque é
professora e não gosta de se atrasar. Nem que seja por uma boa causa, como é
falar de um livro. E, neste caso, um bom livro. Pareço vaidoso, mas estou só
a elogiar quem me pensou, quem me escreveu, quem me deu vida, podendo, assim,
embelezar a vida dos outros.
O tempo em que tenho mais luz é quando
Helena está a dar as aulas. Ela chega à sala, pousa a carteira e deixa-a
ficar aberta. Como a mesa é junto à janela, eu olho para cima e vejo as
nuvens, a palmeira do jardim, as árvores com as folhas pintadas do vermelho
de outono… Uma vez até vi um arco-íris, numa aula em que os alunos estavam a
fazer teste e mal se ouviam.
Uns dias depois, ouvi Helena dizer:
- Com tantos testes para corrigir nem há
tempo para ler.
E eu logo pensei: pronto, já sei, mais uns
dias nesta escuridão. É como se viajasse no porão de um avião, no meio de
malas e outras mercadorias, sem ver os passageiros. O que vejo à minha volta
é uma agenda, uma fatura da água, um chocolate que já vai a meio, um
porta-moedas…
|
Um
dia, Helena entrou na Escola à pressa, porque já tinha tocado para dentro, e
pôs o guarda-chuva molhado dentro da carteira, indo encostar-se mesmo ao meu
rosto, isto é, à minha capa. Enregelei, senti alguma raiva e apetecia-me
gritar:
-
Helena, atiras o guarda-chuva para dentro da carteira e esqueces-te de quem
está aqui! Eu podia dizer “do que” está aqui, mas acho que posso dizer
“quem”, porque sinto-me humano, falo da vida mais profunda das pessoas,
ajudo-as a pensar, a sentirem-se valorizadas… Mas a minha voz não se ouve do
mesmo modo.. Eu falo em silêncio e só para quem me lê ou escuta através da
voz de alguém.
Nesse
dia de inverno, mas de muito calor na sala de aula, Helena pousou a carteira,
sem a abrir. O guarda-chuva humedecia o meu corpo, isto é, as minhas páginas
e o chocolate, que já estava a meio, começou a derreter e sujou-me todo.
A
aula parecia interminável. Eu queria que Helena me tirasse daquele mundo de
cheiros húmidos e viscosos. Ouvia perguntas, respostas, Helena a recordar que
se diz “folhear” e não “desfolhar” um livro. E eu a pensar: estou feito, vou
ser desfolhado sem haver tempo para ser folheado!
Nisto,
tocou para fora. Que alívio, pensei, Helena iria libertar-me? Porém,
permaneci fechado até à noite. Quando me viu naquele estado, parecia,
docemente, pedir-me desculpa. Se eu pudesse falar, diria:
-
Não te preocupes, Helena, eu sei que, apesar de tudo, como livro que sou,
para ti sou melhor do que chocolate.
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