sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Ajudas a escrever a carta? Perguntou ela!

 

Mãe, ajudas o menino a escrever a carta?

Claro, respondi eu. 

Precisava era de saber que tipo de carta tinha de ajudar a escrever e para quem. Estava tudo na mensagem enviada pela educadora. Li. Que bonito, pensei. E tão necessário. E tão diferente do que se fala nos tempos que correm. Ainda bem que a educadora, jovem, motivada e alegre, fala destes assuntos com os meninos. Tinha havido um sorteio e cada menino ficou a saber a quem deveria endereçar a sua carta. Uma carta de bondade.

Ora, já no carro, e de regresso a casa, perguntei-lhe sobre a carta, para irmos já falando sobre o que iria ficar escrito. Eu queria que as ideias fossem dele e não minhas, porque era ele que conhecia o amiguinho, de cujas qualidades queria falar.

Então, meu amor, o que vamos escrever na carta? Fui perguntando e ouvindo respostas.

Ele aceita as minhas desculpas, mas às vezes não aceita de outros meninos.

Como era uma carta de bondade, achei melhor realçar o que era positivo e disse:

- Talvez seja melhor só dizeres que aceita as tuas desculpas. Até pode ser que passe a desculpar mais.

Concordou.

E foi acrescentando:

- E ajuda-me quando é preciso.

E também o ajudas? - Perguntei eu.

- Também.

Ótimo, disse eu.

Então, podemos dizer que gostas de brincar com ele, que ficas contente quando ele te ajuda e que também gostas de o ajudar.

- Ó avó, ele fala línguas diferentes, acrescentou.

Que bom, disse eu. 

Na cartinha que escrevemos, quando chegámos a casa, ficou também: Gosto de te ouvir a falar línguas diferentes. É muito fixe.


E, já agora, abordar estes temas (não quero dizer valores, porque é palavra que serve para tudo e mais alguma coisa) na escola e na família é ainda mais fixe, senão, daqui a pouco, as crianças nem sabem o que é bondade, respeito... porque os adultos vão-nos apagando a uma velocidade atroz.

Felizmente (ainda) há Esperança! 


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