Gostaria de saber dizer o que se sente quando se entrega a chave. A chave de uma casa onde se viveu longo tempo de juventude, ao qual se seguiu um tempo mais longo aonde se ia como se continuasse a ser a sua casa, embora já lá não morasse. A morar tinham ficado os pais e muitas coisas que faziam recordar outras coisas, umas boas, outras nem tanto.
Quando entregamos a chave é como se uma parte da vida vivida estivesse a marcar um ponto final, sabendo-se, naturalmente, que nada nem ninguém é eterno.Tentar contrariar esta realidade é puxar por sofrimentos que, se puderem ser evitados, tanto melhor.
Pela parte que me toca, gostava de encontrar uma chave, cada vez mais apaziguadora, para as muitas chaves que vamos entregando, de uma maneira ou de outra, ao longo da nossa vida.
Um texto que gostei de ler e que me deixou em profunda reflexão
ResponderEliminar.
Saudações poéticas. Semana feliz .
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Poema: “” Fechada em meu coração ””…
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Com certeza que muita gente já passou por isto. Nesses momentos, penso que é bom não ser saudosista e que a vida é mesmo assim.
EliminarUma tarde feliz
Boa tarde
ResponderEliminarInfelizmente uma chave impossível de encontrar.
JR
Impossível não diria, mas talvez bastante difícil, embora dependa do momento que se vive.
EliminarUma boa tarde também para si, Joaquim
Foram poucas as chaves que entreguei. Mas, em cada vez o fiz na certeza que era a meus olhos impossível: não voltaria àquele lugar nunca mais, "nunca, nunca, nunca mais".. Lembro que a última tarefa em que me empenhei numa das casas onde vivi, foi alindar o jardim, retirar uma ervita, regar. Despedia-me em cada gesto com a ternura toda que possuía e não era minha mas dele. Fiquei a olhá-lo na incrível surpresa que não me cabia na mente, amanhã não o verei, amanhã não há quem encaminhe a vida vegetal, quem lhe chegue uma gota de água; não há passos no corredor, a água a correr nos canos, eu cantando O patinho Barnabé e a alegria bailando nos olhos mais bonitos que já vi. Amanhã é tudo silêncio e as flores esperam em vão; os interruptores morrem de patilha erguida, de pé como as árvores. E não entendo como é que a casa não cai de saudade, as paredes não esmorecem e perdem esquadria, as portas não despencam da sua altura.
ResponderEliminarEm cada chave que entreguei morri muito. E outro tanto ressuscitei depois.
E será assim (ou semelhante) com a Maria Dolores. Há sempre uma Páscoa a esperar-nos
Mas cada vez mais a Páscoa mingua e se faz desapercebida.
Que não nos falte (é bem mais necessária que o nívea).
Bea, nem sei o que lhe dizer deste seu texto. Melhor despedida para uma casa seria impossível, embora eu não costume cantar, embora as ervas colhidas fossem roupas usadas ou guardadas para necessidade futura, embora houvesse galinhas e não patos, etc
EliminarE, mesmo vendo que é um bem que vai diminuindo, também acredito em pequenas e animadoras Páscoas que vão renascendo de silêncios. Não sei se será por isso que gosto tanto de magnólias.
Um texto que se torna uma reflexão.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Coisa pouca que me me vem à cabeça e que, se eu posso na hora, gosto de partilhar e/ou libertar.
EliminarUm abraço, Elvira