Aqui no Norte, os dias têm-se levantado muito frios e à tarde o sol tem brilhado. No país, o consumo das fontes de aquecimento tem subido. Os sem-abrigo enregelam quando as noites se fecham, arrefecem e quando não têm ajuda. Mostra-se uma foto viral de um aluno na sala de aula, enrolado numa manta para se aquecer. Nas encostas da Madeira, a violência da chuva tem causado enxurradas que tudo empurram em percursos descontrolados, numa ilha tão visitada por turistas e tão florida.
As laranjas e as tangerinas são luzes sumarentas nas árvores que vemos em muitos quintais. Ainda que menos doces do que as do Sul, vitaminam os dias e consolam o momento. As camélias abrem-se de todas as cores, faça sol ou faça chuva. Ontem já vi uma magnólia com flores em botão. E é inverno.
A casa da democracia, em Washington, foi invadida e vandalizada no país que é considerado a grande casa da democracia no contexto mundial. E houve mortes. E houve espanto pelo mundo fora. E houve redes sociais que fecharam portas ao presidente do país mais poderoso do mundo. Ele, que tudo parecia e queria dominar, é dominado pelos acontecimentos que a sua sede de poder não dominou.
Os nossos hospitais, mesmo os grandes, sofrem pela escassez de camas num aumento brutal de casos de covid-19. Estudam-se novos confinamentos. Chovem críticas aos governantes, os profissionais de saúde conhecem a exaustão, muitos doentes têm medo de ir ao hospital; enquanto isso, bastantes pessoas não deixam para amanhã o que querem comprar hoje, mas que podia esperar por melhores dias.
Um trabalho de mãos que se faz, por mais simples que seja,não deixa de ser construção e partilha. Sem esquecer as grandes obras de grandes artistas.
Quase todos os dias há debates presidenciais nas televisões portuguesas. Num deles, um dos candidatos tirou do bolso pequenas pedras, mas todos as levam na manga para atirarem ou para se defenderem. Há quem responda não respondendo, há quem tenha a sabedoria de atirar mansamente o adversário ao tapete, há quem denuncie mas não tenha o apoio de muitos, há quem queira liberalizar caminhos que quer dar a conhecer, há quem fale mais dos jovens porque os mais velhos não pensam neles, há quem tenha uma bela brandura sem sair de tetos pré-definidos...
Que o sumo e o perfume da esperança continuem.
Como dias de sol que começam frios.
Têm acontecido tantas e tantas coisas que é difícil falar numa só delas.
ResponderEliminarMas as que foram abordadas, e muito bem, são importantes.
As duas frases finais são sublimes.
Bom fim de semana, querida amiga.
Beijo.
Obrigada, Jaime, pelas palavras.
EliminarSim, às vezes parece que ficamos perdidos nos acontecimentos, mas seguir um rumo também é estimulante.
Um fim de semana feliz!
Ora muito bem. Está muito frio e os citrinos fazem bem. :))
ResponderEliminar--
O que os meus olhos sentem...
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Beijos, e bom fim de semana.
Se fazem, Cidália! E também sabem muito bem. Felizmente tenho uma laranjeira que dá boas laranjas. Para além de ser bonitas na árvore!
EliminarUm beijinho e bom fim de semana.