Todos os dias, ao fim da tarde, a menina regressava do infantário a casa, no seu carrinho. A hora era de muito movimento e os seviços chamavam ao local muitas pessoas: a estação do metro, os cafés, a padaria, a estação do comboio...
Ora, quando a menina se aproximava da entrada do metro, procurava logo, com os olhinhos claros e curiosos, o homem que distribuía jornais. Levantava o bracito no gesto de aceitar o jornal. O homem, sorria e entregava-lhe, com um largo sorriso, o jornal que era recebido com alegria. Como se fosse um presente.
Se a menina não o tivesse feito, eu não teria reparado no sorriso bonito do distribuidor de jornais que, atenta e alegremente, cumpria a sua função.
A cena era bonita, mas a menina nunca a veria como notícia. Mesmo que soubesse ler.
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