Há
uns anos, achava esta palavra lamecha, frouxa e morninha. Agora, que já passei
por muitas e variadas situações com e sem delicadeza (da minha parte também, é
claro), aprendi a apreciar mais este valor, quando é, naturalmente, genuíno.
Aprendi
a ver que é posto em prática em qualquer idade, desde criança até à velhice. E
os jovens também estão incluídos, apesar de, muitas vezes, se generalizar que
são egoístas e duros na expressão.
Tenho
alunas e alunos adolescentes que, aparentemente, sem qualquer esforço, são
delicados, sem deixar de questionar, de fazer perguntas quando as respostas não
os satisfazem, de exprimir acordo e desacordo; usando palavras adequadas sem o
cinzento triste da acusação.
Às
vezes, a expressão é séria; outras vezes, vem com um sorriso que a interação e
comunicação prolongam.
Apetece
dizer, então: que bom ser-se professor. Apesar de a sociedade não nos ligar
nenhuma, apesar de para o Ministério sermos apenas um número que dá jeito na
multiplicação de responsabilidades, na soma de deveres, na subtração de regalias...
Mas
muitos jovens (e não jovens) não são nada delicados e saltam-lhes aos olhos e
às palavras a aspereza da vida que interiorizaram pelas mais variadas razões.
E
damos connosco a pensar que não somos com eles tão delicados como com os
que gravaram nos gestos e vocabulário a delicadeza que lhes foi amorosamente
transmitida, essencialmente pela prática.
Hoje
lembrei-me desta palavra a propósito de um filme vídeo que me emprestaram:
"E agora, onde vamos"? de Nadine Labakl.
Leio
um comentário: "De uma rara delicadeza...soberbo".
Promete,
então. Logo que possa, vou vê-lo.
Preciso
de momentos em que a delicadeza fale por si. Para com eles também aprender.
E esse filme de que falas, Dolores, é de uma delicadeza verdadeiramente delicada! Uma delícia! Vou fazer ficha de trabalho (guião de visionamento) e passar na minha turma do 12º 13. A tal do paraíso. Ainda há turmas destas, graças a Deus!
ResponderEliminarbeijinho,
IA
Sim, concordo contigo quanto e este filme. Têm sido uma belíssima descoberta estes filmes recentes do norte de África. Os temas não podiam ser mais pertinentes e atuais.
ResponderEliminarSobre a tua turma, ainda bem que assim é e tu também comunicas muito bem com eles, o que já é meio caminho andado.
Eu ainda continuo à procura da chave mais direta para entrar no meu "Letras não são tretas".
Mas, se não for antes, na próxima sessão da Ação de Formação, espero entrar sem pedir tantas licenças!!!
Beijinho
M.