quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Para o "meu" 10º ano, turma 9

Olá, meninos!

A meados de setembro, quando o ano letivo teve início, conheci-vos. Nesse dia, começaram a entrar na sala de aula e pude contar quase três dezenas de rapazes e raparigas. Vocês vinham de diferentes escolas e adivinhavam-se muitos sonhos e desejo de felizes descobertas. Tinham todos a idade de Mariana – uma menina que “escreveu” um diário neste blogue, mas que agora não tem escrito. Vá lá saber-se porquê. Se calhar, vai ter vontade de voltar a falar do seu dia a dia na escola porque, apesar de parecerem iguais, todas as aulas e dias são diferentes. Não acham?
Fazendo a chamada – agora já sei os nomes de quase todos os alunos – vi que, embora com todas as naturais diferenças, havia nomes repetidos: Mariana, Carolina, Inês, António, Pedro…
E como vocês rondam os quinze anos, entusiasmaram-se com a crónica de Miguel Esteves Cardoso sobre essa idade tão “complicada”, como vocês disseram. E estão a aderir às várias propostas – não imaginam como isso é bom para os professores – como o contrato de leitura, a “história com números dentro”…
Um dia destes, ou seja, em breve, volto a escrever-vos mais uma mensagem.
Termino com um desejo: como estivemos a ver hoje a pontuação, gostaria que me justificassem as vírgulas que utilizei. Se explicarem os outros sinais de pontuação, tanto melhor!
Um beijinho e até à próxima aula!


domingo, 5 de outubro de 2014

«LONDRES


Nos antiquários de Chelsea os livros eram um desperdício,
dir-se-ia que apenas o fogo os poderia resgatar à morte.
As lombadas descosidas onde se lia mal
 
não te convinham, apetecia-te algum sítio que o calor
ainda rasasse. Mas eu estava mais interessado
na colecção de estampas arrancadas aos manuais
 
de antes da guerra: pássaros num nicho viçoso
de aguarela, a dissecação de um coelho com legendas
sobre os órgãos. Era uma espécie de espelho
onde eu me sentia extinto, via o princípio do mau tempo subindo
 
nas pernas das mesas, interpondo a sua ferrugem
entre nós os dois. Aquele lugar era um tédio
para ti, certamente o tempo poderia ser
 
melhor empregue – mas onde? A tua direcção era incerta
no vermelho mortiço entre os candeeiros.»
 
Rui Pires Cabral, 1997: Música Antológica & Onze Cidades. Lisboa: Presença, p. 45.


Acabo de ver, no mail, este poema, enviado pela IA,
 no seu "postal de fim de semana".
O que conheço de Londres faz-me gostar desta cidade 
(visitá-la será diferente de lá morar!)
Para além disso, vive lá uma das melhores partes de mim.
 
Por isso, logo tomei a liberdade de  partilhar o texto.
Para mais é quase fim de tarde, sei que ontem choveu em Londres mas hoje esteve sol e, apesar do frio, imagino pessoas a passear "no vermelho mortiço dos candeeiro".

sábado, 4 de outubro de 2014

Com licença! Com licença!



Irrita-me profundamente ver pessoas a ocupar os tapetes rolantes dos Centros Comerciais, esquecendo que as pessoas que vêm atrás querem passar. Se há o direito a ter tempo, também existe o direito a ter pressa e não ter de esperar.
Já vi namorados de mãos dadas, um casal a conversar (se calhar, em casa, não há assunto), duas amigas a continuarem longas conversas, pais a darem a mão aos filhos, apaixonados a trocarem beijos… ocupando a esquerda e a direita da passadeira, não reparando sequer em quem os precede.
Sei que tal não acontece em grandes cidades europeias, porque quem utiliza os tapetes rolantes e mesmo as escadas aprendeu a ocupar o lado direito, deixando o esquerdo livre para quem quer passar mais depressa.
De facto, os tapetes e escadas rolantes não são como bancos de jardim, onde as pessoas podem permanecer o tempo desejado.
Ninguém deve deixar de namorar, de conversar, de interagir… mas, por amor de Deus, sem necessidade de ouvir repetir: Com licença, com licença!

“Dias especiais”



Hoje de manhã, entrei numa perfumaria. A funcionária que me atendeu disse-me que também faziam maquillage para dias especiais.
Logo me surgiu então:
-Mas todos os dias podem ser especiais.
Ela olhou-me, abriu um sorriso bem cuidado e disse:
-É verdade. Muitas vezes os dias que pensamos que vão ser especiais não o são e, sem contarmos, um dia qualquer pode tornar-se especial.
Na despedida, disse-me, abrindo de novo o sorriso cuidado:
-Desejo-lhe um dia especial.

Quando usar o bâton que comprei, lembrar-me-ei, por certo, do desejo de tantas pessoas de viver dias especiais. Com coisas simples, é claro, como usar um bâton de nova cor.



sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A pedido de Mariana



Vamos apoiar a Maria do Céu

"A Maria do Céu Brito, tem 17 anos e é aluna da Escola Secundária de Gondomar. Era uma aluna empenhada, humilde e muito boa colega que teve de interromper o seu 11ºano, em fevereiro de 2014, para se submeter a uma cirurgia cardiotorácica no Hospital de S.João, pois tivera-lhe sido diagnosticada “ Comunicação interauricular”. Contudo, contra todas as espectativas e previsibilidade do experiente cirurgião, a Maria não recuperou a consciência no pós-operatório; segundo o relatório médico, a Maria  sofreu um “AVC isquémico/hipóxico”, resultante da cirurgia. Em maio, foi relatado pelo médico que a Maria provavelmente se encontrava num “estado de consciência mínima”.

A família dela precisa da nossa ajuda e de todo o nosso apoio! Contudo, a sua força inacreditável não é suficiente e para podermos dar uma maior qualidade de vida à Maria do Céu temos de apoiá-la. Por isso pedimos ajuda!!!" (1)


Caso  queira ajudar:
NIB - 0018 0003 378 554 590 2012


(1)Texto escrito e divulgado na Escola Secundária de Gondomar.


A Mariana é uma menina que frequenta o 11º ano, na ESG. 
Juntamente com outros alunos, professores, encarregados de educação... está empenhada em ajudar a Maria do Céu. 
Para tal, o grupo tem levado a cabo iniciativas solidárias, para as quais arranja tempo, dádivas e motivação.
Mariana, a tua/vossa ajuda é o tronco que está a dar vida à árvore da generosidade de que a Maria do Céu tanto precisa.
Um bem-haja pelo vosso trabalho!