Chegou o dia do aniversário. O tão desejado dia. Seis aninhos. Os cinco anos tinham sido celebrados só com os pais em Londres; nos anos anteriores, antes da pandemia, sempre em Portugal, com a família mais alargada, com mar por perto e muita brincadeira.
Este ano, vieram duas amiguinhas. Outro dia virão outras duas e assim a concentração dentro de casa é menor. A primeira menina a chegar veio com a mãe, de olhar sereno e olhos morenos, que usava hijab preto, túnica até aos pés e trazia máscara. Logo que chegou, tirou os sapatos e pediu para lavar as mãos. Tinha feito teste rápido em casa. Já nos conhecíamos do tempo em que as meninas andavam no infantário. Disse-me que eu estava mais magra e fiquei contente. E ainda mais ao conseguir manter um diálogo com ela em língua inglesa.
Depois, chegou a outra menina, nuns fortes e altos seis anos, de longos cabelos em rastas. Vinha também com a mãe, desta vez sem máscara.
Éramos cinco adultos e quatro nacionalidades. É Londres, pois então. Todos cantámos Happy Birthday. Depois disse à minha filha: vamos cantar em português. Não souberam acompanhar, mas a alegre empatia continuou.