Às vezes, passava aqui à minha porta na caminhada que fazia diariamente. Sempre apressada em andar quase nervoso no seu corpo grande e ossudo. Também o rosto era magro e os olhos pareciam mais negros e fundos. Um dia, eu ia a sair e perguntei-lhe como estava. Mal, respondeu, e foi dizendo: antes da pandemia, chegava à noite cansada de trabalhar, agora chego à noite cansada e desanimada de não ter trabalho. O que me vale são as caminhadas para arejar a cabeça.
E a cena repetiu-se mais duas ou três vezes. Depois, achei que o melhor era dizer só olá, sorrir-lhe e deixá-la seguir no seu passo largo e decidido. Também nunca tido sido de muitas falas, para além do essencial.
Hoje, reencontrei-a na empresa onde sempre trabalhou e que, durante largos meses, quase deixou de laborar por falta de encomendas. Sorriu-me. Vejo que agora anda mais contente. Ai não, disse ela, continuando apressada, agora para a banca de trabalho onde os seus dedos traquejados 'enchiam' as peças de filigrana, desenhando e cortando os finos fios de prata.
Mas há pressas mais felizes que outras, será?!
ResponderEliminar~CC~
Sim, sem dúvida. O que para uns é bom, para outros pode não ser. Mas também isso tem a sua piada.
ResponderEliminarObrigada por ter vindo.
São interessantes os contrastes do sentir, sem dúvida alguma.
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Um dia feliz. Cumprimentos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Porque também a vida de cada um difere, embora o ser humano tenha muita coisa em comum.
EliminarUma boa e descansada noite.
É vida. Com os seus altos e baixos!
ResponderEliminar.
Sopra a brisa sobre o vazio da melancolia ...
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Beijo e uma excelente tarde!
É verdade, Cidália.
EliminarUm beijinho
Boa tarde. Concordo com suas palavras. Não conseguimos agradar a todos, por mais que façamos tudo para isso.
ResponderEliminarE as circunstâncias da vida também nem sempre agradam a todos. O que vale é que as pessoas têm a capacidade de se adaptarem, o que é bom.
EliminarUm abraço, Luiz
Boa tarde
ResponderEliminarA senhora pode e deve continuar a fazer as suas caminhadas . Digo isto porque também eu me habituei a fazer esse tipo de caminhadas e tenciono continuar pois sinto me muito melhor
JR
A pandemia afectou todas as áreas laborais. Quem diria que até a Arte de filigrana tenha tido uma quebra tão significativa?
ResponderEliminarAinda bem que a Olga agora, corre por gosto.
Beijinhos, Mª Dolores.
É verdade, Janita, Deus queira que as coisas melhorem e que o bicho se vá afastando cada vez mais.
EliminarEspero que, quando a Olga passar à minha porta, já mostre um sorriso mais animado. No entanto, não a vou querer reter muito tempo, porque os 'caminheiros' não gostam de muitas paragens!!!
Um beijinho, Janita, e uma noite boa e calma.
Estou convencida que sim, porque para ela caminhar é importante no dia a dia. Só que agora, uma vez que já tem trabalho, ainda sente mais ânimo.
ResponderEliminarAinda bem que mantém o hábito das caminhadas, Joaquim.
Uma noite tranquila.
O covid foi drama para muita gente. Ainda será. Pelos que levou repentinos e sem despedida; pelos empregos que retirou; pela clausura nociva a que obrigou muitos; pelo pouco que os alunos aprenderam e se vai notar e faltar talvez a vida toda; por tanta coisa que aqui não cabe e não é menos do que já disse.
ResponderEliminarPois se até eu comecei a gostar de caminhar um pouco. Que será feito das minhas amigas Violeta e Lili e mais seu dono.
Boa noite, Maria.
Bom dia, Bea.
ResponderEliminarConcordo com tudo o que diz. Quanto aos saberes a que muitos alunos não chegaram, farão falta de certeza. E não é que os professores não se tenham esforçado, mas houve demasiadas carências que vieram ao de cima.
Boas caminhadas, Bea. Tenho também de o dizer a mim própria.
Um bom dia.
O meu pé é grande empecilho, Maria:)).
EliminarBoa tarde.
Quem não tem empecilhos, Bea? Eu também os tenho. Num calcanhar, nos joelhos...
ResponderEliminarUma noite descansada e com muitas estrelas no céu.
😊😊
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