sábado, 2 de março de 2024

E se as televisões começassem a falar de um pequeno partido que quase ninguém conhece?

 

Julgo não estar enganada ter ouvido o comentador da SIC José Miguel Júdice, na passada terça-feira, a louvar a prática de países, também considerados democráticos, que defendem o seu próprio candidato às eleições.  Discordo completamente, na minha modestíssima opinião.  No entanto, se estivermos atentos, vemos facilmente a tendência de certos canais no meio tão poderoso como é a televisão. E nem é preciso explicitá-la, basta ver como são constituídos os painéis de opinião - com a grande maioria de jornalistas e comentadores ligados, de uma forma ou de outra, a um determinado partido político. 

Ainda tenho a visão - talvez ingénua nos tempos que correm - que as televisões devem tentar ser imparciais, chamando  comentadores com diferentes visões e pareceres para que cada um forme a sua opinião. Sabemos que muitos jovens nem sequer ouvem ou veem a televisão, mas, para a grande maioria das pessoas, ainda continua a ser o meio de comunicação privilegiado e que exerce uma grande influência.

E pergunto agora:  E se as televisões começassem a falar de um pequeno partido que quase ninguém conhece? Acompanhando-o. Mostrando imagens. Falando dele. Repetindo o que disse, o que não disse, o que podia ter dito. Iniciando o telejornal com notícias sobre ele. Prolongando ou repetindo um pequeno acontecimento, etc.

Desculpem se é parvoíce, mas não duvido que, se assim fosse, esse pequeno partido que ninguém conhece subiria nas sondagens.

De facto, há canais de televisão portuguesa que exercem o seu poder de fazerem crescer votações de candidatos, embora não o digam explicitamente. Ainda. 

 

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