Julgo não estar enganada ter ouvido o comentador da SIC José Miguel Júdice, na passada terça-feira, a louvar a prática de países, também considerados democráticos, que defendem o seu próprio candidato às eleições. Discordo completamente, na minha modestíssima opinião. No entanto, se estivermos atentos, vemos facilmente a tendência de certos canais no meio tão poderoso como é a televisão. E nem é preciso explicitá-la, basta ver como são constituídos os painéis de opinião - com a grande maioria de jornalistas e comentadores ligados, de uma forma ou de outra, a um determinado partido político.
Ainda tenho a visão - talvez ingénua nos tempos que correm - que as televisões devem tentar ser imparciais, chamando comentadores com diferentes visões e pareceres para que cada um forme a sua opinião. Sabemos que muitos jovens nem sequer ouvem ou veem a televisão, mas, para a grande maioria das pessoas, ainda continua a ser o meio de comunicação privilegiado e que exerce uma grande influência.
E pergunto agora: E se as televisões começassem a falar de um pequeno partido que quase ninguém conhece? Acompanhando-o. Mostrando imagens. Falando dele. Repetindo o que disse, o que não disse, o que podia ter dito. Iniciando o telejornal com notícias sobre ele. Prolongando ou repetindo um pequeno acontecimento, etc.
Desculpem se é parvoíce, mas não duvido que, se assim fosse, esse pequeno partido que ninguém conhece subiria nas sondagens.
De facto, há canais de televisão portuguesa que exercem o seu poder de fazerem crescer votações de candidatos, embora não o digam explicitamente. Ainda.
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