Este fim de semana, acabei de ler o livro A Gorda de Isabela Figueiredo. O romance, de 285 páginas, conta, na primeira pessoa e numa linguagem de grande vivacidade, despojamento e realismo, a história de Maria Luísa, que vive tormentos, ao longo da sua vida, a nível familiar, escolar, amoroso, etc, pelo facto de ser gorda e, por isso, diferente de outras pessoas. O seu peso pesava muito sobretudo em idade mais jovem.
Tendo ela retornado com os pais de Moçambique, no pós 25 de Abril 1974, também são referidos acontecimentos e modos de viver dos anos 70 até aos dias de hoje, em que Maria Luísa vive as suas solidões de mulher adulta, atravessadas por amizades que a marcaram e por um amor que também lhe trouxe - e traz - entusiasmos e deceções.
Para além da história, há muitas reflexões fulcrais sobre a vida humana: o amor, a morte dos que nos são próximos, a solidão, as perdas...
Porém, é um livro que respira força, vontade alegre de viver, de não desistência a meio do caminho...
Partilho aqui um excerto da obra, embora haja muitos mais que sublinhei com o lápis que me acompanha sempre quando gosto da leitura. Escolhi esta passagem sobretudo por aquilo que Maria Luísa diz ser muito importante na sua vida.
A escrita será mesmo salvífica?
Acredito que seja um livro com uma estória deliciosa de ler.
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Uma semana feliz … Abraço fraterno.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Sim, achei-o muito bom e apetece continuar sempre a leitura.
ResponderEliminarAbraço e bom início de semana
Ofereci esse livro à minha melhor amiga, já vão uns dois anos talvez (talvez mais). Disse-me que gostou. que a prosa é simples e despretensiosa e que lhe lembrou um pouco a minha escrita. Não me pareceu que fosse o género dela, que prefere ensaios e poesia de gente difícil como António Ramos Rosa. Mas já estava "o mal" feito:) Não o li.
ResponderEliminarÉ curioso que, enquanto o lia, lembrei-me várias vezes da sua escrita, Bea. Concordo com a sua amiga.
EliminarPois, também gosto de António Ramos Rosa. Nem sei se tenho algum livro dele, mas na net há poemas para fazer umas visitas.
Um bom dia, Bea.
Deve ser interessante. Nunca li nada da autora.
ResponderEliminarAbraço, saúde e boa semana
Eu gostei, Elvira. Tem muitas referências que devem significar bastante também para quem viveu nas ex-colónias. Depois - isto é um pormenor, mas eu gosto - as folhas são grossinhas, a letra é grande e as páginas não estão muito cheias.
EliminarUm beijinho, Elvira, e muita saúde
A obesidade, tão mal vista nos tempos actuais e em todos os tempos, é um tema que se for abordado na primeira pessoa, é certo que traz grandes dramas pessoais, muita solidão e sofrimento provocado pelo estigma da sociedade tão cruel. O título, assim crú, não deixa margem para dúvidas. Acredito que seja uma leitura que prende a atenção do leitor, sim.
ResponderEliminarGostei muito da forma como a Dolores nos descreve, sem revelar demasiado, de modo a não tirar o interesse a eventuais leitores.
Um beijinho e boas leituras.
Obrigada, Janita, sempre querida.
ResponderEliminarA gordura e obesidade são um estigma grande, sobretudo num tempo em que se privilegia tanto a imagem. E o que ela conta é por certo vivido sobretudo por muitas jovens, como arranjar estratégias para não se despir no balneário da escola.
Um beijinho, Janita e um dia muito feliz.
É um livro excelente, de que muito gostei
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