terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Um egípcio em Amsterdam

  Entrámos no táxi, porque a distância até ao hotel era longa, não tínhamos muito tempo e já havíamos percorrido uma boa parte da cidade a pé.
  O taxista usava uma boina cinzenta com bico comprido e tinha barba grisalha.
- De onde vêm?
- De Portugal. E o seu país qual é?
- Egito. Estão a gostar de Amsterdão?
- Sim, apesar do frio e da chuva miúda.
- Se cá viessem em pleno inverno, veriam então o que é frio. Hoje está bom.
- Também gosta de cá estar?
- Vim para cá aos dez anos. Aqui é trabalho, trabalho, trabalho.
- E vai ao Egito de vez em quando?
- Sim, duas ou três vezes no ano.
- Muito bem.
- Tenho necessidade de ver a minha família, os meus amigos...
- ... a sua comida.
- Claro, embora também a faça cá.
- Qual é um dos pratos típicos do Egito?

  Pega no telemóvel, procura imagens e mostra-nos uma mistura de arroz com outros ingredientes envoltos numa folha verde.
  Com pena, não compreendemos nem fixámos o nome do prato. Pelos olhos sorridentes do taxista, deve ser muito bom ou trazer-lhe boas memórias.
  Apetite para o almoço ainda não seria, porque era de manhã.

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