quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

A rapariga do autocarro

Decidimos ir de autocarro para a estação do comboio. A paragem era mesmo em frente ao hotel. Talvez por ser manhã de domingo com o sol apenas a espreitar, esperámos uma boa meia hora, apesar de termos várias opções: o 1, o 5 ou o 10.
Estava frio. O gorro e o cachecol davam mesmo jeito até ao momento feliz de vermos os faróis do autocarro a aparecer na rua larga e ainda quase deserta. No autocarro, havia poucos passageiros. Pedimos os bilhetes ao condutor para Amsterdam Station.
- Não, não trabalho com dinheiro. Só cartão de débito ou crédito, disse, apontando o aparelho.
Já prevíamos isso e tínhamos o cartão à mão. Tentámos usá-lo das formas possíveis. Não dava de forma alguma.
- Tem funcionado sempre. Não entendo. Podemos pagar com dinheiro?
- Não vê que não trabalho com dinheiro?
- Mas a culpa não é nossa nem do cartão.
- Também não é minha.

No autocarro seguia uma rapariga com umas canadianas. Fez-nos sinal. Se quiséssemos, podia pagar os nossos bilhetes com o cartão dela e dávamos-lhe o dinheiro.
Aceitámos de imediato.

À saída, voltámos a agradecer à rapariga do autocarro: Have a very good day!

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