quarta-feira, 16 de abril de 2014

Noite/dia




À meia-noite, as luzes do corredor apagaram-se. De um quarto ao lado, uma voz masculina chamava por Maria. De outros, vinha o pesado silêncio adormecido pelos medicamentos.

A campainha buzinava insistente na noite, confirmada pela nesga da janela que deixava ver uma árvore envolta em densa e cinzenta neblina.

Quase todos os doentes dormiam. No computador, registavam-se os cuidados.

Passaram duas auxiliares. Uma delas disse:

“O meu filho gosta muito da educadora. Perguntei-lhe: Porquê? E ele respondeu-me assim: Ó mãe, porque diz coisas felizes!"


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