quarta-feira, 27 de março de 2013

Dia(s) de Teatro



 Imagem da net

Hoje, dia 27 de março, comemora-se o Dia  Mundial do Teatro. Com certeza, em muitas salas haverá espetáculos. Oxalá tenham público, porque cada vez me convenço mais que educação e cultura  são fundamentais para o progresso de um povo.

Mas hoje ocorrem-me outros palcos. No momento em que escrevo este pequeno texto, José Sócrates está a ser entrevistado no canal 1. O que este político diz e os demais, dos diferentes quadrantes, é verdade ou é teatro? Quantos ensaios são feitos até ao aparecimento público de muitos políticos sobretudo na televisão? No caso presente, até este momento, uma das palavras recorrentes do ex-primeiro ministro tem sido "narrativa" -  vocábulo inerente também à ficção.

E os olhares, os sorrisos, o cruzar de mãos podem significar muito mas esconder outro tanto.

Embora não implique drama nem tragédia, também na nossa comunicação diária ocorre representação. Ou não, mas tal não se sabe ao certo com frequência.

Às vezes, apetecia ver os outros por dentro, sem máscaras. E os outros a nós próprios, com certeza. Porém, se tal acontecesse,  a queda do disfarce deixaria o cenário ainda mais vazio.

Em qual dos casos, o final da peça poderá/poderia ser mais feliz?


2 comentários:

  1. Minha amiga,

    Só tenho a dizer, também citando Dante, que eu sei quem punha no Inferno, no oitavo círculo, a cair num dos fossos com monstros acorrentados (Pena que os nossos jornalistas não tenham esta cultura literária, para a levar a bom termo e desarmar "o erudito").
    Se houver algum aluno que me diga que quer trabalhar uma "narrativa" no próximo período, vou sempre dizer que prefiro a poesia lírica, para evitar o triste teatro da nossa política, cada vez mais a servir-se a si mesma e aos que lhe dão rosto; não àqueles para que é destinada. Está aqui o verdadeiro drama, no que de mais trágico tem, porque de comédia (mesmo no sentido etimológico de 'paraíso') já nem se vislumbra sequer o esgar de um pretenso sorriso.
    Bem... aproveitemos a Páscoa e, também etimologicamente (hoje deu-me para isto!), demos o salto para um novo tempo, esquecendo os fantoches políticos que nos rodeiam.
    Boa Páscoa.
    Beijinho.

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  2. De facto, a palavra "narrativa" deve andar bem estafadinha de tanto uso nos últimos dias. Sem querer, tornou-se uma das personagens de uma comédia nacional que nada parece ter de divino.

    Feliz Páscoa, amigo.

    Um beijinho
    M.

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